Arroz antiaids

 Arroz antiaids

Proteínas criam “proteção extra” contra o vírus HIV

Pesquisadores
descobrem arroz GM
para prevenir o HIV
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 Pesquisadores espanhóis criaram uma variedade de arroz geneticamente modificado (GM) que fornece uma alternativa barata para produzir medicamentos voltados à prevenção do vírus HIV. Os riscos das infecções por HIV podem ser reduzidos com medicação oral, mas os preços são proibitivos a grande parte das pessoas em risco, que vivem em países pobres ou em desenvolvimento na África, Ásia e América Latina.

Cientistas da Universidade de Lleida, na Espanha, em colaboração com o IrsiCaixa Aids Research Institute, em Barcelona, produziram uma linha transgênica de arroz que produz três proteínas capazes de neutralizar o HIV e poderiam ser usadas como método de produção de baixo custo nestes países. Em especial porque podem ser aplicados na forma de creme tópico ou pasta obtida diretamente dos grãos.

O arroz transgênico produz um anticorpo e duas proteínas que se ligam ao vírus, impedindo a interação com células humanas. “Descobrimos que as proteínas endógenas do arroz melhoram a eficácia dos três compostos microbicidas”, diz Paul Christou, cientista que lidera a pesquisa. Além de impulsionar a atividade das proteínas anti-HIV, os grãos fornecem uma plataforma simples para produzi-las comparadas a métodos convencionais.

As proteínas terapêuticas são produzidas em fermentadores usando células microbianas ou de mamíferos, que, caras, inviabilizam o uso nas populações carentes e necessitadas do medicamento. “Produzidas em plantas podem ser ampliadas com facilidade e baixo custo, sem exigir instalações caras, por meio do plantio da quantidade necessária”, frisa Christou. “Após a criação da primeira planta os custos são mínimos. No caso, as três moléculas podem ser produzidas em única planta”.

DESAFIO
Christou manterá a pesquisa, apesar do caminho desafiador. “Temos uma prova de conceito e precisamos avançar até experimentos com animais e ensaios clínicos em humanos”, afirma. “Os custos são proibitivos às instituições públicas e não há incentivo para o setor privado investir em aplicações destinadas a pessoas carentes”, diz. Os custos regulatórios são altos e é preciso lidar com o preconceito aos transgênicos, que aumenta a complexidade e o tempo de comercialização.

FIQUE DE OLHO
Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2017 cerca de 37 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo, 0,8% dos adultos entre 15 e 49 anos de idade. A África tem dois terços das pessoas infectadas – um em cada 25 adultos. Em 2017, 940 mil pessoas morreram de doenças relacionadas ao vírus. Medicamentos orais e conhecimento sobre métodos de prevenção têm sido a melhor defesa.

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