Semeadura do Uruguai encerra com queda de área acima de 10%

 Semeadura do Uruguai encerra com queda de área acima de 10%

Lago: redução em área e número de produtores

Na campanha atual o número de produtores é de 8% a 10% menor.

Esta semana um novo plantio de arroz será concluído no Uruguai, considerando que na semana que passou ele superou os 90% da área projetada, uma superfície que finalmente mostrará uma queda maior que 10% em relação à campanha anterior.

Alfredo Lago, presidente da Associação dos Cultivadores de Arroz (ACA), confirmou ao jornal uruguaio El Observador que quando os dados estiverem disponíveis é provável que indiquem o plantio de 138 mil a 140 mil hectares, cerca de 20 mil a menos do que na safra 2017/18.

Isso se deve ao fato de que por cinco exercícios saldos negativos foram acumulados para a maioria dos empreendedores, com custos produtivos que não podem ser cobertos apesar da excelente produtividade alcançada, uma característica do setor arrozeiro uruguaio.

O relatório final ainda deve indicar que na safra 2018/19 estão envolvidos de 500 a 510 produtores no país, 8% a 10% menos do que aqueles que produziram o grão na temporada anterior.

Pelo lado positivo, Lago observou que "não se lembra de um ano bom como este" em relação ao cumprimento do trabalho de plantio em data ideal, o que é muito importante para o impacto que este aspecto tem na produtividade, no entanto, afirmou que ainda há muito a fazer e que é necessário que o estado do tempo continue dando uma boa mão nas etapas seguintes do cultivo.

O dirigente arrozeiro ainda afirmou que o cumprimento da semeadura na data apropriada também corresponde ao fato de que levou menos tempo porque a área diminuiu.

Em relação à comercialização dos grãos (quase o total gerado nas fazendas é exportado), é necessário negociar 25% dos 1,4 milhão de toneladas de arroz irrigado colhidos na última safra.

Apesar de um fluxo mais lento este ano, estima-se que, segundo contatos recentes com operadoras do setor industrial, tudo será comercializado antes de 28 de fevereiro, quando termina o ano comercial.

Os preços, nesse cenário, embora tenha sido um ano com muita variabilidade, foram ligeiramente melhores do que os do ano anterior, segundo o presidente da ACA.

Questionado sobre as recentes medidas ordenadas pelo governo, basicamente a decisão de não aumentar o preço dos combustíveis e reiterar o apoio nas concessões relativas aos custos de eletricidade para esse setor produtivo, Lago destacou que são "bem-vindos", mas longe de reverter um cenário competitivo que ainda é adverso para o produtor de arroz.

Expectativa de encontro com Benech

Finalmente, Alfredo Lago assinalou que espera em relação à reunião a ser realizada entre as agremiações agropecuárias do país e o ministro da Pecuária, Agricultura e Pescas, Enzo Benech, a oportunidade de que os agricultores uruguaios possam apresentar suas preocupações em relação a próxima safra e a conjuntura dos setores ao mandatário. O tema central do encontro é a rastreabilidade do gado, mas isso não impedirá outras tratativas.

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