Tereza Cristina se reúne com arrozeiros e diz que tentará resolver problemas do setor

 Tereza Cristina se reúne com arrozeiros e diz que tentará resolver problemas do setor

Reunião resultou em convocação de novo encontro em 20 dias

Para a ministra, na situação atual o setor está quase morrendo. Nova reunião foi marcada para 20 de março.

Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reuniu-se nesta terça-feira (26) com os representantes da cadeia produtiva do arroz, indústrias e dirigentes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para discutir uma solução para a crise setorial, que foi agravada pelas perdas causadas por enchentes no Rio Grande do Sul. A ministra se disse preocupada com as dificuldades dos rizicultores e pretende ajudar a resolver os problemas estruturais que prejudicam este segmento do agronegócio.

“É um problema seríssimo. Não podemos deixar que um setor tão importante fique na situação em que está, quase morrendo, moribundo. Estamos tentando dar oxigênio e resolver as questões estruturais que tem, de crédito, de tributação … Enfim, para que o agricultor siga produzindo um alimento essencial da cesta básica dos brasileiros”, disse.d

Ainda que o tema seja pauta de quase todas as reuniões setoriais com o governo federal há quase dois anos, tornou a anunciar que está em fase de conclusão um acordo comercial com o governo do México para exportação de arroz beneficiado brasileiro. O tema já foi pauta de diversos encontros com o ex-ministro Blairo Maggi e sua equipe. Em troca, o Brasil anuncia que importará feijão mexicano.

No entanto, há fatores que se sobrepõem ao acordo puro e simples. Em primeiro lugar o domínio dos Estados Unidos sobre o mercado de importação mexicano,em segundo lugar o fato deste acordo estar sendo fechado também com Uruguai e Argentina. Para a cadeia produtiva o importante é que o arroz saia do Mercosul.

Também participaram da reunião representantes do Ministério da Economia.

A ministra determinou que num prazo de 20 dias secretários dos dois ministérios e representantes dos arrozeiros, indústrias de beneficiamento de arroz e supermercados proponham um conjunto de medidas para resolver o problema emergencial da safra deste ano e todas as dificuldades estruturais que prejudicam a orizicultura.

Os produtores se queixam de alto endividamento junto aos bancos e fornecedores, concorrência desigual com o arroz importado de países vizinhos, pesada carga tributária e desajustes na política de preços mínimos, entre outros temas. “Ainda estamos discutindo os caminhos, mas em 20 dias vamos fazer outra reunião para ver os avanços que podemos ter”, disse Tereza Cristina.

Durante a reunião, questões como alongamento dos prazos de pagamento dos financiamentos, redução das taxas de juros, novas linhas de crédito, preço mínimo, redução dos impostos para os produtos da cesta básica, importação de arroz do Paraguai, subsídios para energia elétrica e reforma tributária foram colocadas na mesa pelos representantes do setor, o senador Luís Carlos Heinze (PP/RS) e o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que participaram da reunião.

Em resposta à convocação da ministra para apresentação de soluções, o diretor de Relações Institucionais da Abras, Alexandre Seabra Resende, disse que o setor de supermercados fará o que for possível para aumentar a venda de arroz em todas as suas lojas. Segundo ele, o consumo de arroz, que era de 21 quilos por pessoa em 2017, com a crise econômica caiu a 16,4 quilos em abril de 2018, mas voltou a crescer e chegou a 19,5 quilos per capita no início deste ano.

Os dirigentes de supermercados vão aumentar a exposição do grão nas lojas, para fazer com que as vendas subam. A preocupação da indústria e dos rizicultores é de que o preço caia muito durante o período de comercialização da safra, gerando prejuízos á cadeia produtiva. 

Tereza Cristina reconheceu que o setor chegou no limite de suas possibilidades, e que, se nada for feito para resolver o problema, muitos agricultores poderão deixar o negócio, o que prejudicaria diretamente a economia de mais de 200 municípios de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A ministra disse que fará o possível para encontrar soluções para as questões apresentadas pelo setor.

3 Comentários

  • Isso me soa a: “queremos ajudar mas não sabemos como”… Em dezembro do ano passado alertei que isso iria acontecer… Chego a ser chato e repetitivo reconheço isso!!! Ora Sr. representante da Abras mas que baita solução: – Vamos expor mais o arroz! Lavou as mãos… O que o Sr. foi fazer na reunião???… Soluções tardias para problemas pontuais… O preço do arroz não cairá ainda mais porque a indústria está envergonhada de pagar menos! E sabe que se afundar o dedão não receberá as CPRs ou perderá seus leais “funcionários”… A que ponto chegamos!!! Foi uma tragédia muito anunciada… É pena que muitos não deram ouvidos!!! E nosso presidente??? Quando é que vai parar de se preocupar com laranjas e vai dar mais atenção para o arroz??? A paciência acabou!!!

  • Não querendo criticar o novo governo, pois atua a menos de 60 dias, mas as perguntas que ficam no ar, as entidades representativas já não apresentaram a pauta das reivindicações com a indicação de medidas possíveis a serem tomadas para aparar as arestas ???… serão muitas para serem estudadas ???…..não serão as mesmas há décadas ???….são incoerentes ???…. está faltando objetividade ????…….quantas reuniões serão preciso para partir para as ações ????……já está escancarado que na safra que começou tudo ficará na mesma !!!! …..mais um ano que a indústria e o varejo vão ”lavar a égua”!!!!!!

  • Seu Calos para o peleguismo só tem duas soluções: – protestar em Brasília com tratores e caminhões… Fazer a opinião pública se posicionar com relação ao problema… seria um prato cheia para a mídia ou, efetivamente, – continuar reduzindo a área até que a autofagia atinja o setor industrial e eles passem a se preocupar com a situação do produtor!!! Enquanto eles estiverem em cima do coqueiro nada, absolutamente nada vai mudar… O grande problema do arrozeiro sempre foi a desunião!!! Os caminhoneiros foram lá, se uniram e pressionaram, conseguiram muita coisa, mas a principal de toda ‘encagaçaram’ todo o país e mostraram o valor da classe. Nós arrozeiros temos que descer do salto alto 15… E isso só vai acontecer quando 50% quebrarem… Torço para que sejam os CPRs, pois eles ajudam a indústria a empacar o mercado! Tomara, mas tomara mesmo que eles não consigam pagar as CPRs esse ano!!!

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter