Muito além do melhoramento
O pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (GO) José Manoel Colombari Filho, coordenador do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz, destaca a importância do arroz vermelho como alimento funcional. “A diferença para o branco é que ele tem a presença de compostos fenólicos, feito os encontrados nas uvas e no vinho. Quando consumimos o grão integral, estes compostos trazem benefícios à saúde, pois previnem doenças degenerativas e têm ação anti-inflamatória e hipoglicêmica. É, portanto, um alimento funcional que se consumido costumeiramente traz benefícios à saúde”, destaca.
Pesquisas da Embrapa apontam que o arroz vermelho apresenta três vezes mais ferro e duas vezes mais zinco do que o branco. Por ser parcialmente polido, ele retém maior número de nutrientes e é um importante alimento no combate à desnutrição. Na Paraíba e no Rio Grande do Norte, o arroz vermelho é um alimento importante nas casas e nos restaurantes do interior e base de dois dos principais pratos da culinária regional: o arroz de leite (salgado) e o arrubacão, preparado com feijão-caupi e queijo de coalho.
Com esse arroz, prepara-se também um caldo empregado na alimentação de crianças visando o controle de diarreias. A agricultora Elisângela Nunes Pinto, moradora da comunidade Mata de Oitis, no município de Diamante (PB), conta que no início de 2018 houve um surto de diarreia em crianças na região e o caldo de arroz vermelho foi utilizado pelas famílias no controle da doença. “Na minha casa, só faço arroz branco quando tem visita que não gosta do vermelho. Minha família prefere arroz de leite feito com arroz vermelho”, acrescenta.
No sul do Ceará, o vermelho é o principal componente da dieta alimentar das mulheres parturientes. E na Chapada Diamantina, na Bahia, é usado no preparo de pratos típicos como o arroz de garimpeiro, preparado com carne de sol e legumes.
Para o engenheiro agrônomo e coordenador regional da Emater em Sousa (PB), Francisco de Assis Bernardino, a nova cultivar tem diversas vantagens em relação às variedades tradicionais, como o ciclo mais curto, que irão favorecer a produção da região e a melhoria na renda dos produtores. “Precisamos disseminar essa nova variedade para os produtores da Paraíba e com isso melhorar a produtividade e a economia da nossa região”, ressalta.
Grão colorido apresenta estrutura mais moderna e menor risco de acamamento