Covid-19 já afeta o mercado do arroz na Ásia

 Covid-19 já afeta o mercado do arroz na Ásia

Exportações chinesas vão diminuir abrindo espaço para outros países

Consumidores globais estão reforçando estoques enquanto a China restringe vendas externas por causa do Coronavírus.

 Demorou menos do que o esperado, mas o surto global provocado pelo coronavírus identificado como Covid-19, a partir da China, começou a interferir no mercado internacional do arroz. Na Ásia os sinais já são claros. Relatório semanal da entidade dos exportadores de arroz da Tailândia informa a experctativa de que os preços do grão naquele país, o segundo maior exportador do mundo, mantenham uma trajetória de alta até o meio do ano. Isso porque os consumidores internacionais estão aumentando seus estoques e a busca de produto chinês é improvável.

Chookiat Ophaswongse, presidente honorário da Associação Tailandesa de Exportadores de Arroz (TREA), disse que a demanda global por arroz aumentou desde o surto mortal de vírus, levando os preços do arroz a aumentar em US$ 30 a US$ 50 por tonelada desde o início do ano."As pessoas, particularmente nos EUA, Europa e Ásia, ficam em casa, enquanto a China, que controla um enorme estoque de arroz de até 120 milhões de toneladas, interrompeu as exportações depois de enviar 3 milhões de toneladas ao mercado externo com preços cerca de US $ 100 por tonelada abaixo do valor praticado nos grãos tailandeses no último ano", disse ele.

Antes do surto de vírus, estimava-se que a China aumentaria seus embarques de arroz para 3,5 ou 4 milhões de toneladas este ano. "Compradores de vários países agora estão interessados no arroz tailandês, com alguns importadores dispostos a comprar quantidades ilimitadas para aumentar seus estoques", disse o dirigente.

"Os preços livres de bordo do arroz branco 5% subiram para US $ 440-450 por tonelada, ante US $ 400 no início do ano", acrescentou.

"Nos últimos anos, os traders tiveram dificuldade em vender arroz tailandês, dados seus preços relativamente mais altos do que os grãos de outros países por causa da valorização da moeda local", disse ele. "Quando a China começou a interromper seus embarques, o baht enfraqueceu para THB 31,25 por US$ 1,00, e com a Indonésia tornando provável retomar suas compras, as perspectivas aumentaram", ilustra.

Chookiat prevê que os preços do arroz aumentarão gradualmente até o meio do ano, ou mais, se a epidemia for prolongada.

Em ação separada, o Comitê Nacional de Política do Arroz aprovou ontem um esquema de seguro de arroz para a temporada 2020 no valor de 2,91 bilhões de baht, com o objetivo de cobrir 44,7 milhões de rai (0,16 hectare) de terras agrícolas, equivalente a 7,1 milhões de hectares.

Narumon Pinyosinwat, porta-voz da Casa do Governo, disse que o regime de seguro de arroz será oferecido para dois tipos – um programa básico de seguro (camada 1) e um programa voluntário (camada 2).

O seguro de arroz nível 1 será para clientes do Banco de Cooperativas Agrícolas e Agrícolas (BAAC) e agricultores em áreas de baixo risco, cobrando um prêmio de seguro de 97 baht a rai e 58 baht por rai, respectivamente. O governo e o BAAC contribuirão com subsídios para ambos os casos. Os prêmios de seguro para agricultores em áreas de risco serão cobrados a 210 baht por rai, com o governo subsidiando 73,77 baht por rai.

Sob o esquema, os agricultores receberão uma compensação de 1.260 baht por rai pelo arroz danificado por desastres naturais. Eles ainda podem garantir 630 baht por rai por danos causados por doenças e epidemias de plantas.

O esquema de nível 2 será aplicado aos clientes da BAAC que desejam comprar seguros adicionais e agricultores em geral.

As taxas premium cobrarão 24 baht por rai para agricultores em áreas de baixo risco, 48 baht por rai em áreas de risco médio e 101 baht por rai em áreas de alto risco.

Os agricultores receberão uma compensação no valor de 240 baht por rai por desastres naturais e 120 baht por rai por perdas causadas por doenças e epidemias de plantas. O governo não oferecerá nenhum subsídio para o esquema de nível 2.

6 Comentários

  • Temos que ter uma representatividade nesses mercados Asiáticos também. Nosso arroz pode ser vendido pra esse Mercado? Vamos atrás disso!

  • Como eu já havia falado, com ameaça do vírus a população faz estoques pra se protegerem de uma possível falta de produto por desabastecimento. Imagine se todo arroz da China é recusado no mercado. Nosso arroz todo não daria nem pro começo. Pra atender mercados internacionais de relevância.

  • Penso que os países deveriam voltar seus esforços para o que se faz de bom, para a atividade, ou atividades que lhes confere criação de valor, que lhes confere diferencial competitivo, expetize.

    NO Sul temos os Pampas e planícies costeiras, regime bom de chuva, solo propício, expertize cultural na cultura do arroz, e a meu ver não deveríamos ter o medo como aliado na hora do plantio. Não podemos plantar o quanto possamos, pois não temos a demanda. Nosso desafio é buscar a demanda, cria-la em conexão com nossa produção, estreitar relações internacionais que nos confiram uma confiança.

    A China produz 146 milhões de toneladas de arroz ( dados do IRGA ) mas exporta apenas 3,6 milhões desse total. No Ranking dos exportadores temos a India encabeçando a lista com 11,8 milhões de toneladas, seguida da Tailândia com 9 milhões, Paquistão com 4 milhões, China 3,6 milhões, Estados Unidos com 3,1 milhões e o Brasil em 10° com pouco mais de 650.000 ( dados 2018, sabemos que o número é em torno de 1,4 milhão de toneladas exportadas ). Ou seja, não participamos desse mercado, por que?

    Do outro lado temos os Importadores, com a China encabeçando a lista com 3,1 milhões de toneladas importadas, seguido das Filipinas com 2,7 milhões, Nigéria 2,2 milhões, União Européia 2,05 milhões, Arabia saudita, Senegal, Irã, Africa do Sul… Será que não poderíamos buscar esses mercados?

    Criando a demanda externa, perde-se o medo da area máxima plantada.

    Mas sabemos que não é simples, não é receita de bolo de cenoura, que é só bater os ingredientes que fica bom. Temos a questão do custo de produção, do escoamento, da tributação, das barreiras comerciais, enfim… Um monte de trabalho a se fazer… Estamos dispostos? Brasilian Rice é uma ótima perspectiva, mas penso que devemos ser mais coesos…

    Isso tudo por que acredito ser uma lástima, tendo terra, expertize, qualidade e capacidade laboral para tal, e temos medo do arroz do paraguai…

  • Só q pra esse medo não existir, temos uma pecinha especulativa chamada indústria q tendo o produtor nas mãos , usam pressionar os preços pra baixo. Tem indústria engajada em buscar mercados, mas muitas precisam se reinventarem e o produtor buscar plantar mais soja irrigada na várzea pra se livrar das amarras com a indústria. Com os custos altos e o preço mínimo vergonhoso q não traria nem uma segurança segurar, caso houvesse uma garantia de preço baseado no preço mínimo do arroz.Sds.

  • Honestamente não acredito que o fato que irá retirar as amarras do plantio máximo seria uma política de preços mínimos. Toda política de manutenção de preços no papel tende a dar errado. Acredito que os caminhos para uma produção mais robusta do arroz seria resumidamente dois, aumento da demanda e redução dos custos. Dois fatores muito complicados eu tenho consciência, pois o aumento da demanda depende muito da diminuição dos custos. Com o dólar no patamar que está, nos ajuda na questão das exportações, que por sua vez nos ajuda na questão da demanda, mas e se o dólar recuar? Nossos custos impedirão uma saída mais contumaz.

    Gostei da frase do Sr. Presidente da Federarroz, Sr Alexandre Velho: ‘ É meta na minha gestão a abertura de novos mercados e não vamos descansar enquanto não colocar 2 milhõees de toneladas para fora’. Esse comprometimento e exposição do Presidente da Federarroz nos dá uma alento. Ainda mais que foi firmado em conjunto, pela Secretaria Estadual de Agricultura, Superintendência do Porto de Rio Grande, Federarroz e Farsul, um edital de abertura de um terminal destinado para o arroz no Porto de Rio Grande. Será o antigo Terminal da Cesa e que tem capacidade de 52 mil toneladas, de armazenagem.

    Temos que produzir os insumos aqui e parar de importa-los. Temos que ter uma carga tributária mais justa, e outras mais, que dai teremos os dois fatores para nos transformar em potência mundial na produção de arroz, o custo baixo e a demanda!

    Abraços Cordiais

  • Pela primeira vez a exportação é prioridade… Sendo assim entendo que logistica e transporte mais baratos é fundamental… Então vamos pressionar nossos politicos para que incentivem a construção do terminal exportador de Tapes e, que, incentivem o transporte ferroviário tal qual o centro-oeste é expert! Esse é o caminho para redução de custos e eficiência… O dólar só vai subir… R$ 5 daqui uns dias… câmbio flutuante significa ter dolares quando precisarem comprar… cai um pouco, mas sobe em seguida!!! Duvido que com o atual Congresso tenhamos uma Reforma Tributária ampla… Por isso não creio em redução de tributos a curto prazo… Fica dificil reduzir custos sem reduzir produção ao mesmo tempo… Ampliar a demanda é possível com um trabalho sério de mídia… Quem é saudável come arroz branco… Quem tem restrição alimentar como os obesos e diabéticos pode aumentar o consumo de paraboilizado e integral… Tudo gera custo!

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