IGC emite perspectivas provisórias para 2020-21
Produção global de arroz vai crescer mais que o consumo
A projeção veio com uma ressalva devido à pandemia de coronavírus (COVID-19) que infectou mais de 700.000 pessoas em todo o mundo e.
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) divulgou em 26 de março seu último Relatório do Mercado de Grãos, no qual prevê um aumento na produção, no comércio e no consumo globais de grãos para 2020-21. No entanto, sua projeção veio com uma ressalva devido à pandemia de coronavírus (COVID-19) que infectou mais de 750.000 pessoas em todo o mundo e matou mais de 40.000.
"O mês passado viu preocupações crescentes com a disseminação global do coronavírus e aumento da incerteza sobre as implicações de longo prazo para produção e consumo", afirmou o IGC. "Embora algumas commodities tenham visto um forte aumento na demanda, especialmente para alimentos à base de arroz e trigo, o enfraquecimento das condições econômicas pode prejudicar o uso a longo prazo, principalmente para produtos industriais, como etanol e amido à base de milho".
O IGC disse que, embora as compras de importação de algumas commodities tenham acelerado nas últimas semanas, os desafios logísticos estão sendo relatados à medida que as restrições de movimento e as medidas de quarentena se espalham.
"As restrições de transporte também podem dificultar a distribuição de insumos agrícolas e interromper o trabalho de campo da primavera", afirmou o IGC. “No entanto, nesta fase, o IGC assume que as intenções de plantio serão cumpridas. As projeções do Conselho para oferta e demanda são hesitantes até que o progresso e a duração da pandemia se tornem mais claros. ”
Em seu primeiro conjunto completo de projeções de oferta e demanda para 2020-21, o IGC vê a produção total de grãos atingindo um novo pico de 2,22 bilhões de toneladas, cerca de 2% maior em relação ao ano anterior, enquanto o consumo também está previsto em 2,22 bilhões de toneladas. Espera-se que o comércio atinja uma nova alta de 385 milhões de toneladas, incluindo o aumento de remessas de trigo, milho e sorgo.
Refletindo rebaixamentos para o Brasil e a Argentina, a produção global de soja deverá cair 5%, para 341 milhões de toneladas em 2019-20. Supondo uma recuperação na área cultivada nos EUA, a produção mundial de soja em 2020-21 deverá crescer 7% para 366 milhões de toneladas, com o comércio projetado para atingir um recorde de 157 milhões de toneladas, disse o IGC.
Prevê que a produção global de trigo em 2019-20 aumente 4% em relação ao ano anterior, para um novo recorde de 763 milhões de toneladas, com a IGC também prevendo outro número inédito para 2020-21, em 768 milhões de toneladas. O conselho estima que o consumo total cresça 2% em 2019-20 em relação ao ano anterior e mais 1% em 2020-21 para 760 milhões de toneladas.
O organismo internacional ainda projeta a safra global de milho 2019-20 1% menor, com quedas nos Estados Unidos e Argentina mais do que compensando ganhos na União Europeia, Brasil, China e África do Sul. Com 1,11 bilhão de toneladas, a estimativa é aumentada em 4 milhões em relação ao mês anterior, principalmente com um número oficial atualizado da UE, mas com aumentos também para alguns exportadores do hemisfério sul, informou o IGC. A colheita deve aumentar levemente em 2020-21, ou 1,15 bilhão de toneladas.
"No contexto da pandemia de coronavírus, as previsões de consumo de milho são muito complicadas, mas com níveis gerais de demanda que permanecem altos em 2019-20", disse o IGC. "Com base em um número reduzido de etanol nos EUA, a previsão global de consumo de milho é 1 milhão de toneladas menor no mês, atingindo um recorde de 1,15 milhão de toneladas".
A produção mundial de arroz está mantida inalterada em 499 milhões de toneladas em 2019-20, mas a previsão é de aumentar para 509 milhões de toneladas na próxima campanha de comercialização, informou o IGC. O consumo aumentou 1%, para 495 milhões de toneladas em 2019-20, e deve aumentar mais 1%, para 501 milhões de toneladas em 2021.
"Embora o impacto da pandemia de coronavírus seja altamente incerto, as compras ao consumidor dispararam nas últimas semanas, levando a preços internacionais mais firmes, embora isso possa conter uso nos últimos estágios da temporada", afirmou o IGC.
