Plantio autônomo: 500 acres, zero motoristas

A Sabanto, uma empresa de robótica agrícola de Chicago, ajudou a Bellcock Farms a plantar usando tratores de controle remoto, cada um puxando plantadeiras de cinco fileiras. Vários outros agricultores de Iowa e Illinois também contrataram a empresa para fornecer ajuda robótica ao plantio este ano.

A agricultura autônoma passou da fase de prova de conceito para a realidade comercial da empresa.

"Este é o verdadeiro negócio … isso mudará a agricultura", disse Craig Rupp, sócio da Sabanto, enquanto observava um trator sem motorista enquanto outro passava por perto a caminho de um concurso de sementes para reabastecer. "Passamos de um trator e plantadeira para várias máquinas operando remotamente ao mesmo tempo."

A Sabanto molhou os pés no ano passado plantando vários milhares de acres de soja em todo o Centro-Oeste com um trator e plantador de controle remoto. Rupp e seu co-proprietário, Kyler Laird, testaram equipamentos e trabalharam em software, redes, logística e outras questões para aumentar as operações autônomas em 2020.

A visão da empresa de solucionar a escassez de mão-de-obra agrícola com tecnologia autônoma está sendo concretizada, de acordo com Rupp.

"Este trabalho ainda está em andamento; é difícil de fazer ”, acrescentou. "No entanto, acredito que essa será a solução para a falta de mão-de-obra na agricultura."

Justin Bellcock disse que sua família tem sorte de ter atualmente ajuda suficiente para seus negócios de colheita em linha, peru e insumos agrícolas. No entanto, ele sabe que nem sempre é esse o caso.

Por isso, os Bellcocks contrataram a Sabanto para plantar uma parte de seus acres de soja. A semeadura de soja e milho assim que o solo estiver adequado é crucial para maximizar o potencial de produção de ambas as culturas, afirmou Bellcock. A família usa dois plantadores para semear cada colheita ao mesmo tempo para melhorar as probabilidades.

"A escassez de mão-de-obra na agricultura só vai piorar", disse Bellcock. "Pode haver um dia em que não temos ajuda, então quero ver essa tecnologia bem-sucedida".

Bellcock disse que a soja plantada mais cedo produz melhor, portanto, contratar um operador personalizado para ajudar é um bônus adicional. Isso é especialmente verdade se o tempo atrasar o plantio, como em 2019.

Pesquisas da Universidade de Wisconsin mostram que a produção de soja diminui cerca de meio alqueire por dia quando plantada após 25 de abril. A maioria da soja da Bellcock neste ano foi plantada antes ou alguns dias após essa data.

Bellcock espera que a pontualidade do plantio resulte em excelentes rendimentos como no ano passado. A família serviu como local de teste da Sabanto em 2019, e a soja plantada autonomamente no início de maio do ano passado atingiu em média mais de 75 bushels por acre.

"Talvez não seja financeiramente viável ou o trabalho não esteja disponível para ter um segundo ou terceiro plantador para plantar rapidamente", continuou ele. "[Sabanto] é outra avenida."

Rupp afirmou que as taxas agrícolas personalizadas da empresa são competitivas com as médias estaduais. A Pesquisa de Taxa Personalizada da Fazenda de Iowa, em 2020, calcula taxas médias de plantio de US $ 20,40 a US $ 23,40 por acre ou mais, dependendo do equipamento e da tecnologia.

PEQUENO, MAS PODEROSO

Bellcock ficou impressionado no ano passado com o JCB Fastrac, de 235 cavalos de potência, operado à distância, e o plantador de 18 linhas da Harvest International. A unidade foi capaz de plantar cerca de 500 acres em 24 horas de operação contínua.

Pelos padrões atuais, os três tratores Kubota M5660SU de 60 cavalos de potência com plantadeiras Harvest International de cinco filas que atravessam os campos de Bellcock não eram uma demonstração impressionante de potência e tamanho. Mas ver as unidades sem motorista trabalharem juntas, e a tecnologia fazendo isso acontecer, surpreenderam o fazendeiro.

"Este é o futuro da agricultura", afirmou Bellcock.

As três unidades pequenas podem plantar quase a mesma quantidade de acres durante um período de 24 horas que o maior trator e plantador no ano passado. A Rupp escolheu pequenos implementos este ano porque são leves, econômicos, relativamente simples de adaptar e fáceis de mover.

"Uma grande vantagem para equipamentos menores é menos compactação", disse Rupp sobre as unidades de 7.000 libras. "Logisticamente, podemos movê-los do ponto A para o ponto B rapidamente."

Se a empresa quiser usar equipamentos maiores novamente no futuro, Rupp disse que a tecnologia permite que isso aconteça. "Decidimos começar pequeno a perfeito, controlando várias unidades".

A empresa percorreu um longo caminho desde a primavera passada, quando começaram a plantar autonomamente. Mais notavelmente, Rupp e Laird contrataram seis engenheiros de robótica em tempo integral e especialistas em equipamentos.

"Essas são algumas das pessoas mais talentosas que você encontrará neste campo", gabou-se Rupp. “Eles são capazes, diligentes e disciplinados. Depois que todos os campos são plantados, eles avaliam o que aconteceu, o que deveria ter acontecido e o que explicava as diferenças para a melhoria contínua. ”

A equipe equipou cada trator com um receptor GPS, caixa de controle do computador e atuadores de direção para controlar o trator e a plantadeira. As plantadeiras estão equipadas com a mais recente tecnologia de plantio de precisão, como CleanSweep, DeltaForce, vDrive e vSet.

A equipe da Sabanto escreve um programa de computador para uma seção de um campo, utilizando coordenadas GPS, para cada unidade a plantar. A autonomia total ainda está sendo aperfeiçoada para as linhas finais. As unidades são programadas para retornar a uma área predeterminada para semente e combustível quando necessário.

Os roboticistas – pessoas que constroem, programam e experimentam robôs – no campo e remotamente em Chicago monitoram e operam o equipamento. Embora a maior parte da equipe esteja no local em um trailer cheio de tecnologia este ano, o objetivo é ter um operador externo e uma pessoa no local para implantar equipamentos, tratores de combustível e plantadores de recarga com sementes.

"Conseguir que várias unidades funcionem em um único campo é um jogo totalmente diferente do ano passado", admitiu Rupp. "A operação de várias unidades em vários campos (em vários estados) é outra liga, que é o objetivo final."

Às vezes, os membros da equipe reclamam do tédio, o que Rupp disse ser um bom sinal de que as coisas estão funcionando perfeitamente. Em uma fazenda em Illinois, uma unidade trabalhava 30 horas seguidas.

Problemas de software, conectividade e comunicação ainda ocorrem, causando um tempo de inatividade ocasional para as unidades. Embora os agricultores paguem a empresa para plantar, Rupp disse que ainda está aperfeiçoando o processo.

O FUTURO?

Matt Darr, professor de engenharia agrícola e de biossistemas da Universidade Estadual de Iowa, disse que a automação faz parte da evolução natural da agricultura. Os cavalos deram lugar aos tratores, que se tornaram parcialmente automatizados há duas décadas com orientação por satélite e direção automática 

Equipamentos agrícolas totalmente automatizados só se tornarão mais populares por necessidade, à medida que fabricantes de equipamentos e empresas de tecnologia como Sabanto, John Deere, Raven Applied Technology e outros o aperfeiçoarem, afirmou Darr. A Sabanto, no entanto, é a única empresa atualmente usando equipamentos autônomos para customizar farm para clientes, de acordo com Rupp e Darr.

"A escassez de mão-de-obra na agricultura é absolutamente real", disse ele. “A Sabanto está reunindo autonomia e agricultura como serviço. Essa é a evolução da agricultura personalizada. ”

À medida que os agricultores ganham confiança na tecnologia autônoma e a consideram econômica, Darr acredita que eles se beneficiarão dela.