Futuros do arroz caíram abaixo de US$ 12 em Chicago

Preços do quintal curto (cwt) buscam referências inferiores a 12 dólares nos contratos de setembro com a chegada da safra norte-americana.

Ainda sob a expectativa dos números que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deve divulgar nesta sexta-feira, os preços futuros dos contratos de arroz em casca na Bolsa de Chicago para setembro, no pico da colheita, fecharam esta quinta-feira marcando um recuo na equivalência em quintal curto (cwt = 45,36kg), para US$ 11,995, num recuo de 26,48%.

Apenas a título de comparação, na equivalência em 50 quilos chegaria a US$ 13,222 ou R$ 70,60 pelo câmbio desta quinta-feira, em R$ 5,34. É, coincidentemente, o valor de referência para o arroz em casca colocado no Porto de Rio Grande hoje, pelos grandes produtores e pelas indústrias que precisam “liquidar fora”, ou seja, comprar grão armazenado pelo arrozeiro fora dos engenhos.

Voltando à Bolsa de Chicago, os contratos abriram as negociações referentes à sexta-feira, 10, em baixa, cotados a US$ 11,978. Na quarta-feira, dia 8, os preços futuros eram de US$ 16,315/cwt. A oscilação é considerada normal, pois o volume de contratos é baixo, mas cada vez mais o mercado futuro está trabalhando diante de parâmetros de uma grande safra no país da América do Norte.

Considerando que entre o final de maio e o início de junho o preço futuro chegou a estar acima de US$ 23,00/cwt, o valor atual confirma a de convergência entre os preços do mercado físico pressionado pela oferta estadunidense e as referências futuras, que podem manter uma trajetória entre queda e equilíbrio nos próximos dias já que as colheitas do Texas e do sul da Louisiana estão começando, ainda que lentamente, e o desenvolvimento da cultura nos cinco estados produtores é considerado muito bom.

As novas perspectivas de safra parecem sólidas para o aumento da produção nesta temporada, considerando uma ampliação de 17% na área cultivada e 23% de avanço na superfície semeada de grãos longos.

A combinação de boas exportações em geral e maior demanda no mercado dos Estados Unidos devido ao Coronavírus diminuiu a disponibilidade de grãos da safra antiga de arroz. No entanto, as indústrias estão cobertas por seus estoques até a entrada da nova safra, sem risco de desabastecimento. “Quem está sem estoques é o produtor, que aproveitou bons preços provocados por uma forte demanda e uma oferta 15% menor por causa da quebra de safra no ano passado”, explica Cleiton Evandro dos Santos, analista da AgroDados/Planeta Arroz.

O plantio foi mais problemático em partes do Mississippi, Arkansas e Missouri por causa das intensas chuvas e alta umidade do solo até o limite da data ideal coberta pelo sistema de seguros e subsídios governamentais, mas em nível que não comprometerá uma ótima safra. O USDA divulgará nesta sexta-feira a projeção de safra baseada no histórico de produtividade, variáveis climáticas e expansão da área.

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