ABRAS cobra governo sobre preços, TEC e abastecimento

 ABRAS cobra governo sobre preços, TEC e abastecimento

Neto: livre iniciativa, estoques públicos e corte nos impostos de importação

Ofício enviado à ministra Tereza Cristina alerta para a escassez de produtos, a priorização da exportação de alimentos e cobra posicionamento sobre o discurso de “livre mercado” e formação de estoques públicos.

Ofício enviado na semana que passou pela Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS, que congrega todas as Associações Estaduais de Supermercados instaladas no País (27), solicita atenção especial à alta substancial de preços de itens básicos da alimentação brasileira, como arroz, feijão e leite. O documento assinado pelo presidente da entidade, João Neto, cobra a retirada de impostos sobre as importações, como a Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre produtos de fora do bloco do Mercosul, e respeito ao livre mercado nas ações governamentais. 

A nota também enfatiza que a ABRAS representa 89 mil estabelecimentos supermercadistas e 1,8 milhão de empregos diretos e 5,4 milhões de indiretos, e é atualmente responsável por 5,2% do PIB brasileiro.

A entidade faz coro à informação que está recebendo do setor que representa, expor cautelar e respeitosamente os seguintes motivos e preocupações relacionados ao abastecimento das famílias brasileiras. Nos últimos meses a ABRAS vem recebendo, dos seus associados, informações de que os supermercados brasileiros estão sofrendo forte pressão de aumento nos preços repassados pelas indústrias fornecedoras de itens básicos da mesa dos brasileiros, tais como: arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja.

"Até onde conseguiu-se apurar, esta majoração de preços se deve ao aumento das exportações destes produtos e sua matéria prima e a diminuição das importações dos mesmos, motivadas especialmente pela mudança na taxa de câmbio que provocou a valorização do dólar frente ao real. Somando-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações e priorização da indústria nacional tem contribuído para essa distorção", diz o documento.

"Em que pese o importante papel que o setor agrícola e suas exportações tem desempenhado na manutenção e suporte da economia e dos empregos do país, principalmente no momento delicado que estamos passando por conta da pandemia, qualquer desequilíbrio entre a oferta e demanda no mercado interno torna-se ainda mais sensível para garantia do abastecimento da população", acrescenta.

"O Setor Supermercadista enxerga esta conjuntura com bastante preocupação na medida em que se tratam de itens básicos da alimentação da população do país e o desequilíbrio de seu fornecimento pode significar, de maneira indesejável, potencial risco de escassez, desabastecimento, controle de volumes de compras, inflação, geração de tensões negociais e de ordem pública, além do prejuízo para imagem do agronegócio, em relação ao abastecimento do mercado interno e sua população", registra.

A carta aberta enviada à ministra Tereza Cristina, da Agricultura, ainda estabelece que "o Setor Supermercadista vem atuando de maneira responsável neste período de pandemia, garantindo o regular abastecimento da população e mantendo suas margens reduzidas, não obstante as inúmeras dificuldades havidas. Desta forma, sendo o elo final da cadeia distributiva, vem se posicionar a respeito para que sejam adotadas medidas de contenção da majoração dos preços dos itens mencionados por partes dos fornecedores que estão a refletir no preço ao consumidor final".

LIVRE INICIATIVA

"Neste contexto e considerando que o sistema econômico brasileiro é baseado na livre iniciativa (princípio constitucional que apoiamos), submetemos a V.Exa. o pleito para que sejam adotadas medidas a fim de manter regular o abastecimento de produtos básicos à população brasileira, a preços competitivos, garantindo-se desta forma o equilíbrio de mercado. Assim, medidas como a isenção do imposto de importação de tais itens básicos ou ainda adoção de estoques reguladores, devem ser analisadas ao menos enquanto durar o período de pandemia".

"Finalmente, como tradição do varejo e imposição estatutária, sua missão e finalidades negociais e sociais, a Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS e suas Afiliadas, se colocam a disposição deste Ministério e do Governo Federal para auxiliar no entendimento e soluções das causas de impactos na cadeia de abastecimento, com o direito e dever empresarial de acompanhar os preços dos produtos comercializados nos supermercados", encerra o ofício informando que o setor aguarda um posicionamento do governo para avançar nas tratativas.

 

5 Comentários

  • Abre o olho Federarroz. O lobbie dos supermercados e indústria vai ser grande em Brasilia!!! Façam promoção com o arroz a R$ 6,99 / kgs… Vcs só tão colhendo o que plantaram! Exploração não dura prá sempre…

  • O supermercadistas admitem que ainda tem margens reduzidas de lucro. Imaginem quanto ganhavam quando a indústria nos comprava a R$ 35/45??? Vocês conseguem imaginar o lucro dessa gente? Eu calculo… R$ 55 por saco!!! Tranquem as exportações, mas não reduzam a TEC… Abastecimentos garantidos e preços de R$ 80 e 100,00 para o produtor!!! O jogo da industria é seguir exportando e os supermecados é comprar arroz para as Festas de fim de ano!!! E o produtor que se lasque como sempre!!! Abre os olhos Federarroz!!!

  • O varejo deve se abster apenas de repassar o produto ao consumidor sem margem de lucro já q é alimento essencial , e mais , não está faltando produto, apenas estava com preço defasado .sds

  • lindo o discurso vitimista da abras enquanto os produtores se endividavam eles usavam arros como chamaris de clientes ou moeda podre como chamam . na real estao colhendo oque plantarao

  • Quando a margem de lucro da poderosa indústria representada pela ABIARROZ e do varejo diga-se ABRAS, é atingida, estes setores usam o seu poder econômico e politico para mobilizar a mídia e pressionar o governo para tentar manter a forma ditatorial em que historicamente mantiveram os preços ao produtor achatados por décadas.
    Mas como nada na vida é definitivo, e o que não é justo um dia cai por terra, a hora da verdade chega. E…… chegou finalmente,…. estamos diante da realidade imposta pela indústria e varejo que escravizaram os produtores, colocando preço no produto em que os srs Feudais ( Abiarroz, Abras ) estipulavam ao seu bel prazer aos seus vassalos produtores!!
    Reduziu a oferta, paguem o que é devido, livre mercado, foram a própria industria e o varejo que provocaram tamanha redução de área, estão colhendo o plantaram!!
    Preocupados com os consumidores e abastecimento……contem outra senhores….estão preocupados em manter as suas margens de lucro, esta é a realidade.!!!

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