EUA: colheita atrasa por clima adverso

 EUA: colheita atrasa por clima adverso

Volume de acamamento piorou com chvuas intensas e ventos

O clima que foi mais favorável ao plantio em alguns estados, está afetando a colheita.

Depois do furacão Laura, que atingiu em cheio a zona arrozeira dos Estados Unidos, mas causou maiores prejuízos apenas na Louisiana, agora é a vez de uma semana de chuvas e previsão de temperaturas baixas atrasarem a colheita no Arkansas, estado que responde por cerca de 50% da produção do país, e mais de 60% da colheita de grãos longos finos.

Chuvas constantes estão impedindo há mais de sete dias o ingresso das máquinas nos campos orizícolas, e ampliando os prejuízos com acamamento de plantas e debulha, enquanto a previsão do tempo é de temperaturas abaixo dos 15 graus, o que poderá afetar as lavouras que estão em fase reprodutiva.

Jarrod Hardke, especialista em extensão de arroz da University of Arkansas, afirma que o grande desafio dos arrozeiros norte-americanos, agora, é conseguir alguns dias de sol e correr contra o tempo para colher o máximo possível no menor tempo possível. “Já tivemos, em algumas áreas, uma corrida para encerrar o plantio dentro do prazo necessário para garantir o seguro agrícola e contra o clima desfavorável nas últimas semanas da semeadura. Agora, a colheita vem enfrentando atrasos e alguns prejuízos causados pelo clima. Ainda que a estimativa seja de uma boa safra, e seja cedo para mensurar, estes são fatores que irão causar danos e refletir na produção total”, observa.

“As temperaturas e a umidade em queda na semana que começa devem ajudar a secar rapidamente a safra – mas precisaremos trabalhar rapidamente, pois quaisquer chuvas que retornem após a secagem rápida do arroz terão o potencial de reumedecer o grão e causar fissuras, o que pode baixar rendimentos”, afirma.

Segundo o especialista, se o arroz estiver em torno da iniciação da panícula (PI), as temperaturas baixas podem causar perda de rendimento, reduzindo o número de grãos e ramos formados na panícula. “A recomendação seria aumentar a profundidade da inundação para amortecer a queda de temperatura e proteger o ponto de crescimento, que seria próximo ao solo. As temperaturas tão baixas podem interromper a formação de pólen e causar esterilidade de espiguetas. O aumento da profundidade da inundação pode ajudar a amortecer o microclima no campo, mas provavelmente não tão bem, já que a inundação apenas amortece a temperatura 4 a 6 polegadas acima da linha de água. Provavelmente poucos campos têm essa condição”, analisa.

As lavouras que florescem durante este período frio podem apresentar uma falta de polinização dos grãos devido à diminuição da umidade. “Tudo o que podemos fazer é esperar que a floração evite as piores temperaturas”, acrescenta.

Para o arroz após a floração, mas nos estágios de enchimento de grãos, há pouco risco direto de impacto negativo. No entanto, o progresso da planta diminuirá (quase para). Não importa o quanto durem as temperaturas frias, provavelmente demorará o dobro para ver o progresso perceptível da planta novamente. “Portanto, nossa maior preocupação é o atraso geral na maturação da safra, o que irá retardar a colheita e, potencialmente, reduzir o peso dos grãos”, sinaliza.

“No geral, há pouco que podemos fazer, exceto torcer para que as temperaturas não sejam tão baixas quanto as previsões e que tenhamos sorte no período de frio em relação ao nosso estágio de crescimento do arroz. Manter a profundidade da inundação elevada (não deve ser um problema com todas as chuvas) e atrasar a drenagem dos campos ainda em maturação pode ajudar a limitar o impacto, mas não é provável”, agrega.

Embora o acamamento de plantas não fosse tão grande quanto temia-se com o furacão Laura, o arroz tardio pode ter sido afetado em uma extensão maior do que se pensava originalmente. Uma quantidade significativa de danos causados pelo vento está aparecendo agora nas plantas semeadas mais tardiamente. “Alguns estão confundindo-o com a ferrugem da panícula bacteriana”, explica Hardke.

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