Em dezembro, Brasil importa 3º maior volume de arroz da história

 Em dezembro, Brasil importa 3º maior volume de arroz da história

Arroz americano esteve entro os mais adquiridos pelo Brasil

Secex aponta que 217,42 mil t de arroz chegaram aos portos brasileiros em dez/20, 16,7% a mais que no mês anterior.

As importações brasileiras de arroz seguem em bons volumes. Em dezembro, o total adquirido foi o terceiro maior da série histórica da Secex (iniciada em 1997), atrás apenas dos volumes importados em setembro e dezembro de 1998. Vale lembrar que o prazo da isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para aquisição de 400 mil toneladas de arroz de outras origens, que não o Mercosul, se encerrou no último mês de 2020.

A Secex aponta que 217,42 mil toneladas de arroz (equivalente casca) chegaram aos portos brasileiros em dez/20, 16,7% superior ao volume recebido no mês anterior e expressivo crescimento de 239,5% em relação a dezembro/19.

Deste volume, 28,3% (61,6 mil toneladas) vieram dos Estados Unidos, 19,7%, da Guiana, 19,2%, do Uruguai, 16,7%, do Paraguai, 8,9%, da Índia, 6,4%, da Argentina, e 0,8% veio de outros oito diferentes países. No acumulado de 2020, as importações superaram 1,26 milhão de t em equivalente arroz em casca, o volume mais alto em 17 anos.

Durante o período de vigência da isenção da TEC (de setembro a dezembro de 2020) foram importadas 704,06 mil toneladas de arroz. Deste total, 36% tiveram origem no Paraguai, 22,3% no Uruguai, 16,7% nos Estados Unidos, 11,6% na Argentina, 7% na Guiana e 4,4% na Índia. Outros 2% vieram de oito diferentes países. Os volumes importados de fora do Mercosul representaram 30,1% do total no período, o equivalente a 53% das 400 mil toneladas que estavam liberadas com isenção de impostos.

Em dez/20, o preço médio da importação foi de US$ 334,94/t equivalente arroz em casca. Considerando-se a taxa de câmbio média, esse valor representou R$ 1.721,60/tonelada (ou R$ 86,08/sc de 50 kg), FOB (Free on Board, origem), de acordo com a Secex. Este preço está 5,6% abaixo do registrado em nov/20, além de estar inferior ao do mercado interno, excluindo-se o transporte e a internacionalização do produto.

Quanto às exportações, por sua vez, somaram pouco mais de 51 mil toneladas em equivalente casca no último mês de 2020, recuos de 29,8% frente ao de nov/20 e de 78% na comparação com a quantidade registrada em dezembro de 2019. Os principais destinos (81,5% do total) foram Peru e Gâmbia. Outros 51 países absorveram 18,5% dos embarques. De janeiro a dezembro de 2020, as exportações somaram 1,82 milhão de toneladas em equivalente arroz em casca, o segundo maior volume da história, abaixo apenas do volume de 2011, que foi de 1,89 milhão de toneladas.

O preço médio do arroz exportado em dez/20 foi de US$ 318,48/t, equivalente a R$ 1.636,98/tonelada (ou R$ 81,85/sc de 50 kg), FOB (Free on Board, origem), 5% acima do de novembro/20.

Na parcial da temporada 2020/21 (de março a dezembro/20), as exportações superaram as importações em 539 mil toneladas. Em valores, o superávit é de US$ 122,08 milhões. No mesmo período do ano passado (de março a dezembro/19), a balança comercial sinalizava exportações maiores em 325,09 mil toneladas e superávit de US$ 93,1 milhões.

MERCADO INTERNO

Entre 30 de dezembro e 8 de janeiro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, caiu 2,46%, fechando a R$ 91,60/saca de 50 kg na sexta-feira, 8. Quanto ao Indicador médio mensal, de R$ 96,85/sc em dezembro, recuou 7,60% frente ao de novembro, mas ainda está expressivos 64,3% superior ao de dezembro/19, de R$ 58,95/sc, em
termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de dez/20).

Regionalmente, de 30 de dezembro a 8 de janeiro, os preços médios recuaram 4,34% na Planície Costeira Interna, encerrando a R$ 91,23/sc de 50 kg no dia 8; na Zona Sul, a queda foi de 3,98%, a R$ 92,70/sc; na Fronteira Oeste, houve recuo de 2,75%, a R$ 92,02/sc; na Campanha, a desvalorização foi de 1,57%, a R$ 89,86/sc no dia 8. Já na Depressão Central e na Planície Costeira Externa, os valores registraram ligeiros aumentos de 0,13% e 0,57%, respectivamente, a R$ 89,74/sc e a R$ 93,92/sc.

Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, para o produto de 50% a 57% de grãos inteiros, os valores registraram baixa de 5,34% entre 30 de dezembro de 2020 e 8 de janeiro de 2021, encerrando a R$ 89,46/sc de 50 kg no dia 8. Para o de 59% a 62% de grãos inteiros, a queda foi de 2,11%, com média de R$ 91,56/sc. Em relação aos grãos com rendimento entre 63% e 65% de inteiros, o recuo foi de 3,23%, a R$ 93,22/sc nessa sexta.

DESEMPENHO INDUSTRIAL

Dados macroeconômicos sobre produção industrial divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o beneficiamento de arroz e a fabricação de produtos feitos a partir do cereal brasileiro recuaram 21,8% em novembro/20 (dado mais recente) frente a mesmo mês de 2019. Na comparação entre os 11 primeiros meses de 2020 e o mesmo período do ano passado, entretanto, houve aumento de 0,6%.

Especificamente para o Rio Grande do Sul, o beneficiamento e a saída do arroz do estado recuaram 14,09% entre novembro e dezembro/20, para 379,9 mil toneladas no último mês, registrando declínio pelo quarto mês consecutivo, segundo o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). O volume de dezembro deste ano é, inclusive, o menor desde jan/14. Na parcial do ano safra 2020/21 (de março a dezembro de 2020), o volume beneficiado foi de 6,86 milhões de t, 10,03% maior do que no mesmo período do ano anterior.

SEMEADURA

De acordo com o Irga, a semeadura está praticamente encerrada. Dados preliminares indicam que, da intenção total de 969,2 mil hectares a serem implantados, 43,2% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo; 56,5%, em reprodução e 0,34% divide-se entre os estágios de emergência e maturação.

Em relação aos demais estados produtores, dados da Conab apontam que a semeadura de arroz está concluída em Santa Catarina. No Tocantins, os trabalhos atingem 94,6% da área estimada; em Mato Grosso, 70,1%; no Maranhão, 60% e, em Goiás, 97% – em ordem de importância quanto ao volume produzido. Estes dados são referentes até o dia 1° de janeiro.

3 Comentários

  • E dai dona Federarroz!!! Ja entraram as 400 mil ton de fora! Arroz essa semana vai virar R$ 88 cepea… Ano passado 90% dos produtores venderam o arroz na faixa de R$ 60 até junho. Até quando essa passividade! Essa permissividade! Estão esperando 21/02 para ir prometerem o que não se cumpre! E ainda vem falar inverdades que os produtores não podem reclamar pois o arroz está 90 suando todos sabemos que a industria quer esgoelar o CPRs durante a colheita. A mídia subserviente bajula a industria como se eles fossem bonzinhos! Vao comprar nosso arroz baratinho para exportar e depois importar no final de ano. Nao quer publicar meu comentario nao publica! Mas é o que vai acontecer. Nao temos representação de classe!!! Não somos unidos! E a midia contra nós. Arroz a R$ 60 na colheita. Só que não! A seca novamente vai fazer um estrago medonho. Querem lograr os produtores de novo! Por isso q eu digo plantem soja.

  • Flávio tem razão, a indústria está tentando sufocar o produtor, como sempre.
    Vimos um cenário diferente ano passado. A imensa maioria dos produtores venderam arroz abaixo de 60,00. Impulsionado pela pandemia e oferta ajustada, o arroz chegou a valer 120,00.
    Para a próxima safra teremos menos arroz no Brasil, o plantio foi menor.
    Considerando que o dólar se mantenha nesse patamar entre 5 e 5,50 as importações serão inviáveis.
    Se a ministra Teresa Cristina não trair os agricultores, esse ano de 2021 tem tudo para que o preço do arroz bata novo recorde e volte a 120,00 a saca.

  • Soja = R$ 170,00… Arroz = R$ 93,50. ! Fonte : Corretora Mercado. 12/01/2021. O primeiro só sobe! O segundo despecando! O primeiro estamos exportando! O segundo estamos importando! Avisei prá plantarem o primeiro! Quem plantou o segundo vai quebrar a cara! Arroz 60/70 na colheita! Avisados foram.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter