Produtores se concentram no manejo da cultura da soja no RS

 Produtores se concentram no manejo da cultura da soja no RS

Uso de defensivos busca a proteção das lavouras contra pragas

Produtores concentraram-se no manejo das ervas daninhas e nas aplicações de fertilizantes foliares.

O plantio no Estado foi concluído na semana. As precipitações, apesar de esparsas e de baixos volumes, têm contribuído para a evolução dos cultivos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o plantio está encerrado. As lavouras estabelecidas entre o final de outubro e início de novembro estão em fase de floração, apresentando regular potencial produtivo. Nas últimas semanas, houve boa melhora, com adequado estande de plantas que propicia o fechamento de entrelinhas.

Produtores concentraram-se no manejo das ervas daninhas e nas aplicações de fertilizantes foliares. Nas áreas em floração, são realizadas as primeiras aplicações de fungicidas. Na Campanha, são aplicados acaricidas em áreas onde a praga foi detectada. Também está sendo monitorada a presença de oídio e septoriose em algumas lavouras.

Na regional de Erechim, o plantio de soja foi encerrado; a área de 235 mil hectares ainda pode mudar, em virtude de plantios que ocorrerão em janeiro, após a colheita do milho. Em geral, a cultura se desenvolve bem, favorecida pelas precipitações – média de 45 milímetros; 85% dos cultivos se encontram em desenvolvimento vegetativo e em 15% das áreas inicia a floração. Produtores que plantaram em início de dezembro iniciam o primeiro tratamento fúngico.

Na de Passo Fundo, as chuvas estão ocorrendo dentro da normalidade – a média da semana é de 31 milímetros –, o que favorece o desenvolvimento vegetativo da cultura. Os plantios realizados após 25 de dezembro já germinaram e desenvolvem-se dentro do esperado. É bom o estado fitossanitário.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, as lavouras cultivadas em Chapada, em parte de Palmeira das Missões e na encosta do rio Uruguai estão em boascondições e têm recebido melhores volumes de chuva; 70% das áreas encontram-se em germinação e desenvolvimento vegetativo, 27% em floração e 3% em enchimento de grãos.

Nas áreas semeadas no cedo – outubro –, a floração e o enchimento de grãos coincidem com esse período de pouca disponibilidade hídrica, o que tem causado preocupação. Já na semeadas em novembro e dezembro, o desenvolvimento está lento, com porte baixo, mas com bom estande de plantas na maioria das áreas. Produtores monitoram a necessidade de controle diante da presença de pragas, como tripes e raspador ou bicudo, e também de
doenças como a ferrugem asiática e o oídio.

Na de Ijuí, as lavouras implantadas em dezembro apresentam bom desenvolvimento inicial, e em pontos isolados, há problemas de germinação. Em algumas áreas ocorrem invasoras de difícil controle, como a buva. Em 18% das áreas cultivadas inicia a floração. Produtores têm aplicado fungicidas no pré-fechamento da entrelinha ou quando surgem as primeiras flores – no que ocorrer primeiro. Em função da ocorrência de algumas pragas como tripes, lagartas e vaquinha, os produtores também têm aplicado produtos químicos conjuntamente. Em algumas áreas de soja com tecnologia intacta – que confere proteção contra importantes lagartas que atacam as plantas – é encontrada a lagarta Spodoptera, necessitando controle com inseticidas.

Na maior parte da região administrativa da Emater/RS-Ascar de Soledade, apesar dos baixos volumes – sete a 30 milímetros –, as chuvas favorecem as lavouras de soja no Alto da Serra do Botucaraí e Centro-Serra, em desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos. No Baixo Vale do Rio Pardo, há três semanas não ocorrem chuvas, e onde os solos são rasos e estão com baixa umidade, a soja apresenta estresse hídrico, com folhas enroladas nas horas mais quentes do dia e crescimento reduzido. É pequena a incidência de doenças e pragas.

Na de Pelotas, o cultivo da soja, presente na agricultura familiar e na região Colonial, apresenta-se predominantemente em desenvolvimento vegetativo. As lavouras têm se mantido com bom estande de plantas emergidas e bom desenvolvimento. Nas áreas com restrições de umidade no solo, as plantas se encontram com desenvolvimento paralisado e já apresentam aspectos de falta de umidade do solo, com sinais do murchamento. O restante das áreas está em florescimento e iniciando a fase de enchimento dos grãos.

Produtores realizam o manejo de invasoras, pragas, doenças e a adubação de cobertura com cloreto de potássio. Os produtores escalonaram os plantios com cultivares de distintos períodos de maturidade, objetivando o enfrentamento da ocorrência de estiagens.

Na de Caxias do Sul, as condições do tempo são favoráveis ao crescimento da cultura, que se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo. Em geral, as lavouras estão com boa sanidade. O principal manejo realizado é o controle de invasoras. Na de Santa Maria, a semana foi de alta demanda atmosférica por umidade nas lavouras, com temperaturas acima de 35°C, combinada com alta radiação solar e precipitações esparsas. Tal situação preocupa os produtores, por conta de 25% dos cultivos entrarem em floração.

Na de Porto Alegre, os cultivos predominantemente em desenvolvimento vegetativo (71%) e florescimento (26%) já se ressentem com o prolongamento da estiagem, e os produtores iniciam comunicados de perdas para vistorias de Proagro. Em geral, o estado fitossanitário é bom.

Na de Santa Rosa, o estande das lavouras é bom, e o desenvolvimento ainda é satisfatório; porém, durante a semana, com as condições de temperatura alta e baixa umidade relativa do ar foi observado intenso murchamento das plantas, principalmente onde o cultivo ocorreu com pouca ou nenhuma cobertura do solo. Foi iniciada a semeadura na resteva do milho, ação que determinou aumento de 1% na área implantada da região.

Em áreas que receberam precipitações – 39 dos 45 municípios que conformam a região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa – continua a operação de capina química, visando controlar a incidência de invasoras; em algumas áreas, produtores associam a operação ao controle de pragas. Na maior parte da área plantada, apenas o monitoramento de pragas está em andamento.

Em Cerro Largo, a avaliação da lâmina do coletor para identificação da presença de esporos de ferrugem da soja identificou sinais de ferrugem, mas sem sinal de manchas com protuberância – urédia nas folhas analisadas. De qualquer forma, já é um alerta para intensificar o monitoramento das lavouras. Em Rolador, já foi iniciada a aplicação de fungicidas para o controle da ferrugem.

Em algumas lavouras, há também ataque significativo de tripes nos folíolos das plantas. Há relato de perdas na região, em função das chuvas irregulares, que já perfazem em média um por cento. Em Cândido Godoi, a estiagem já causou perdas estimadas de nove por cento até o momento. Não há relato de perdas nos outros 45 municípios que integram a regional de Santa Rosa.

Mercado (saca de 60 quilos)

No levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no RS, o preço médio da soja teve alta de 7,03% em relação ao da semana anterior, chegando R$ 149,69/sc. Na regional de Ijuí, os preços oscilaram entre R$ 144,00 e R$ 150,00/sc. Na de Erechim, chegou a R$ 157,00; na de Passo Fundo, R$ 141,00; em Caxias do Sul, R$ 145,00; na de Porto Alegre, R$ 151,00; na de Soledade, R$ 149,00. Em Pelotas, o preço varia entre R$ 140,00 e R$ 160,00; em Frederico Westphalen, entre R$ 150,00 e R$ 152,00. Na de Bagé, os preços oscilam entre R$ 130,00 e R$ 152,00. Na de Santa Maria, é de R$ 148,80. Na regional da Emater/RSAscar de Santa Rosa, o preço médio teve novo incremento na semana, de 7,64%, alcançando o valor de R$ 145,30/sc.

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