Brasileiros projetam megaempresa de arroz na Bolívia

 Brasileiros projetam megaempresa de arroz na Bolívia

Visita de empresários da Rical movimentou a orizicultura boliviana

Engenho processará colheita de até 25 mil hectares.

O governo do Departamento (Estado) de Beni, na Bolívia, que faz divisa com Rondônia, no Brasil, anunciou a previsão de investimentos importantes na cadeia produtiva do arroz local. “Graças à articulação de esforços entre a Câmara Agropecuária de Beni, a Associação dos Produtores Agrícolas do Departamento, a Federação dos Empresários Privados e investidores brasileiros, está prevista a construção de um megaengenho de arroz com capacidade para processar, inicialmente, o resultado da colheita de 25 mil hectares”, diz nota governamental.

O investimento deve ser realizado pela Rical, empresa com sede em Ji-Paraná, de propriedade dos irmãos Walter e Pedro Rack Filho, que tornou-se a maior do ramo na região Norte do Brasil. “É uma empresa brasileira cujo principal motivo é a compra de grãos e a comercialização. A delegação de empresários do país vizinho, percorreu os diferentes talhões de lavouras e lotes de produção, fez um levantamento do sistema de sementeiras, gestão e colheita para ter um levantamento das informações sobre o volume que o departamento produz, serviço prestado e o beneficiário”, continuou a nota.

“Como empresários brasileiros, estamos fazendo uma oferta para estabelecer uma indústria de arroz com secagem e beneficiamento, por isso nos aproximamos dos produtores e viemos até o Departamento para conversar com os agentes, vendo a possibilidade de uma aliança estratégica para aumentar a produtividade na região”, afirmou Pedro Rack Filho, empresário de Ji-Paraná em Rondônia.

Ele observou que, vendo o potencial que o Departamento tem, os empresários brasileiros se unem aos esforços de seus congêneres bolivianos para aumentar o volume de produção, dados os benefícios do solo e dos ecossistemas que predominam em Beni. Com a implantação de uma megausina podemos garantir a melhoria na produtividade, qualidade e rentabilidade dos produtores, pois o serviço será todo concentrado na região”, afirmou.

Jorge Núñez del Prado, presidente da Federação dos Empresários Privados de Beni, destacou o vínculo que existe com os empresários brasileiros, pois em sua opinião, isso vai permitir mudar a matriz produtiva regional e não pensar apenas na pecuária como fator de desenvolvimento, mas também na orizicultura. Haverá o fortalecimento do setor agrícola, visto que nas regiões de Cercado e Marbán há uma área cultivada de 50 mil hectares de arroz”, explica.

Atualmente, os arrozeiros precisam levar o produto até Montero-Santa Cruz percorrendo mais de 500 quilômetros para o beneficiamento, encarecendo o transporte e tendo que esperar horas ou dias para encaminhar o recebimento. “Isso representa pontos contra para o produtor que tem que honrar uma série de compromissos econômicos”, afirmou.

Dadas às limitações, Núñez del Prado considerou necessária a implementação de normas jurídicas complementares e, embora já exista um programa em vigor, é necessário gerar segurança jurídica ao capital privado para que possa haver um investimento sem este tipo de risco.

Instalada em Ji-Paraná, a Rical, em 2009, tinha uma unidade, 40 funcionários e três caminhões, e hoje chega a cinco unidades, mais de 400 funcionários e frota superior a 70 caminhões, possuindo fazendas no sul do estado de Rondônia. Seu faturamento saltou de R$ 4 milhões para mais de R$ 270 milhões ao ano. A empresa investiu em uma usina de geração de energia usando a biomassa (casca) de arroz.

Cerca de 70% do arroz de Rondônia é industrializado no próprio estado.

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