Primeiro embarque do TLA só terminará nesta segunda
Sistema privatizado de modo temporário, não aprovou no primeiro teste
Com uma semana de atraso e volta ao sistema de carga no cais comercial, finalmente navio para a Costa Rica sairá do porto de Rio Grande.
Nesta segunda-feira, com praticamente uma semana de atraso, finalmente deve ser concluído o carregamento que partirá rumo à América Central no navio MV VOLA, com 29,4 mil toneladas de arroz em casca. Serão 24,4 mil toneladas para a Costa Rica e outras 5 mil para a Nicarágua.
O atraso – o barco deveria ter partido na terça-feira passada – revelou que o Terminal Logístico do Arroz (TLA) no porto de Rio Grande, precisará de muitos ajustes para dar suporte ao carregamento de cargas no nível profissinal que as tradings, compradores e os contratos exigem.
O prejuízo pelo atraso não é apenas financeiro, uma vez que isso acarreta multas de retenção do navio, entre outros gatilhos contratuais, mas também afeta à imagem brasileira como fornecedor global que atende a mais de 100 países.
“O nível de relação internacional do Brasil no meio arrozeiro, e nosso esforço para nos tornarmos um player mundial, exige eficiência. Não podemos cometer erros e esperar não pagar por eles”, reconheceu um dirigente setorial que preferiu não ser identificado para evitar “polêmicas desnecessárias”. Segundo ele, é “momento de apoiar a iniciativa e corrigir falhas para que elas não se repitam”.
Com capacidade de armazenamento estático para 60 mil toneladas, o TLA começou a receber cargas em 1º de março, mas viu os problemas surgirem depois que o navio aportou em Rio Grande. O sistema operacional deu pane e chegou a travar (embuchar) algumas vezes e o carregamento ficou muito lento, exigindo a adoção de basculantes, o que é surpreendente para uma estrutura que teve anunciados R$ 10 milhões em investimentos.
Sem o pleno funcionamento do TLA, o arroz volta a disputar espaço nos terminais privados com a soja ou às operações com sistema de basculante.
A expectativa do setor é de que o TLA supere das dificuldades em 60 a 90 dias. “Estamos apostando nossas fichas. Aprendemos com tentativa e erro. Essa lição serve para não exigirmos menos que a excelência. E temos certeza que o terminal alcançará nível proporcional à expectativa que a cadeia produtiva tem sobre ele”, assegurou um trader que não fez parte da operação, mas pretendia utilizar a estrutura “em breve”.
Os desafios brasileiros no mercado internacional do arroz, percebe-se, as vezes estão muito aquém da descoberta de novos consumidores globais, mas na lição de casa. O lado positivo é que, depois que tudo que podia dar errado já deu, agora é arregaçar as mangas, fazer os ajustes necessários, transformar a expectativa em realidade e consolidar as posições brasileiras no exterior. A qualidade do grão que segue para a Costa Rica e a Nicarágua são o nosso melhor, e verdadeiro, referencial.
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Embarque TLA