Safra de arroz fechou em 11,75 milhões de toneladas, com aumento de 5% na produção
(Por Planeta Arroz) A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira o seu 12º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, embora ainda faltem pequenas áreas de cultivo de milho e algumas outras culturas para serem colhidas, números que serão ajustados nos próximos relatórios.
A safra do arroz já está concluída, segundo o organismo governamental. A colheita chegou ao fim com um resultado superior àquele observado na temporada passada. Houve um pequeno aumento na área plantada, e um incremento percentual maior na produtividade média, levando à obtenção de um volume total de 5% acima do registrado em 2019/20. Ao todo, foram colhidas 11,75 milhões de toneladas, com grande destaque para a produção na Região Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
OFERTA E DEMANDA
A Conab estima que a safra de arroz 2020/21 será 5% maior que a safra 2019/20. Esse resultado é reflexo, principalmente, das estimativas de incremento da produtividade (+4,3%). Outro fator preponderante é a área, que aponta para uma menor expansão (+0,7) do que inicialmente prevista nos modelos estatísticos.
Cabe ressaltar que a área estimada no presente trabalho foi resultado de pesquisa a campo dos nossos colaboradores das superintendências regionais. Como principais fatores da expansão aquém do previsto, apesar do atual elevado patamar de preço do arroz, destacam-se a falta de água em algumas regiões do Rio Grande do Sul e os elevados preços dos grãos que competem por área com a cultura do arroz (soja e milho).
Especificamente, sobre o quadro de oferta e demanda do arroz, neste décimo segundo levantamento, houve significativa alteração dos números apresentados no décimo primeiro levantamento, com destaque para a revisão para baixo do volume exportado projetado para o ano de 2021, agora estimado em 1,15 milhão de toneladas. Ademais, em meio a um reajuste do consumo para um volume inferior em 2020 e um leve incremento dessa variável para 2021, alcançando 11 milhões de toneladas, segue a perspectiva, para o longo de 2021, de recomposição dos estoques de passagem, finalizando em dezembro de 2021 com 2,5 milhões de toneladas.
ANÁLISE ESTADUAL
Na Região Norte houve decréscimo na área plantada em 0,2% em comparação à safra anterior, por outro lado, houve crescimento na produtividade média, perfazendo assim uma produção total de 4,6% superior àquela apresentada em 2019/20, totalizando 1.037,9 mil toneladas. Dessa forma, a região se configurou como a segunda maior produtora nacional de arroz, tendo como maior destaque a produção em Tocantins, que obteve um pouco mais de 692 mil toneladas de arroz nesta temporada, com a maioria oriunda da rizicultura irrigada.
Em Roraima, para a safra 2020/21, área é de 21,4 mil hectares, com produtividade de 6.900 kg/ha. O plantio foi finalizado em junho, e a colheita ocorrerá entre agosto e setembro. Na Região Nordeste também ocorreu o aumento na área plantada, especialmente no Maranhão, Piauí, Ceará e na Paraíba. Atrelada a isso, houve boas condições climáticas ao longo do ciclo, o que possibilitou incremento no rendimento médio da região, alcançando 2.119 kg/ha.
Portanto, a produção total foi de 352,3 mil toneladas, representando acréscimo de 8,8% em comparação ao volume colhido em 2019/20. O Centro-Oeste é a terceira região que mais produz arroz no país. O resultado final dessa safra teve como maior destaque a produção matogrossense, com quase 68% das 622,5 mil toneladas colhidas na região. Além disso, o Matogrosso do Sul e Goiás também apresentaram incremento no volume final obtido em relação a 2019/20, consolidando assim uma boa safra de arroz no Brasil central.
Na Região Sudeste, a rizicultura é menor em comparação às demais regiões brasileiras. Mesmo que haja produção nos quatro estados, a área destinada à cultura é pequena, com maior porção observada em São Paulo. No total, foram 10,1 mil hectares colhidos na região, com uma produção de 47,2 mil toneladas. As condições climáticas começaram oscilantes, mas durante o ciclo melhoraram e favoreceram o desenvolvimento da cultura, assim, apresentou um rendimento médio superior à temporada passada.
Na Região Sul, o cultivo de arroz é quase que totalmente irrigado, apenas um percentual pequeno no Paraná é cultivado em sequeiro. A área semeada se manteve próxima ao patamar da safra passada, 1.115,6 mil de hectares, porém o rendimento médio para a região foi satisfatório, atingindo 8.683 kg/ha, representando aumento em relação a 2019/20, de 5,1%.
Em Santa Catarina, a safra já foi finalizada, e a produtividade média surpreendeu positivamente e foi a maior dos últimos anos. Tendo em vista os preços atrativos durante a safra, os produtores optaram por cultivares mais produtivas no estado, mas que necessitavam de maiores investimentos nos tratos culturais.
O clima favorável permitiu a expressão do potencial produtivo dos pacotes tecnológicos adotados. Em média, produziu-se 8.445 kg/ha, totalizando uma produção de 1.254,9 mil toneladas no estado.
No Rio Grande do Sul foi finalizada a colheita do arroz. A produtividade média foi uma das maiores dos últimos anos, com 8.750 kg/ha. As regiões da Fronteira Oeste e Zona Sul tiveram as melhores médias do estado.
Apesar dos problemas com a estiagem na época da semeadura, principalmente na Fronteira Oeste, o preparo antecipado do solo, a semeadura realizada na época preferencial em todo o estado, as boas condições de temperatura e luminosidade durante o ciclo da cultura, a rotação de cultura com a soja, o eficiente controle de plantas daninhas e o uso de sementes certificadas, aliados ao uso de alta tecnologia e com assistência técnica do Irga/RS, foram fatores importantes para os ótimos números da safra em todo o estado. Ao todo, foram 8.277,5 mil toneladas colhidas no estado, um aumento de 5,2% em comparação à safra 2019/20, em uma área semeada de 946 mil hectares.