Dois milhões de toneladas de arroz são contrabandeadas para a Nigéria por ano
“Apesar disso, 6,7 milhões de toneladas arroz são consumidas anualmente, resultando em um déficit de cerca de dois milhões de toneladas que são importadas ou contrabandeadas ilegalmente para o país”, explicou o senador.
O legislador adiantou que está atualmente patrocinando um projeto de lei para estabelecer o Conselho Nacional de Desenvolvimento do Arroz da Nigéria para uma “expansão abrangente” do setor do arroz.
Avalia que o projeto, quando aprovado em lei, fornecerá uma estrutura “operacional e de governança abrangente” para uma cadeia de valor completa do arroz, acrescentando que transformará as atividades dos arrozeiros, processadores, industriais, pesquisadores, comerciantes e dos próprios consumidores.
“Com a nossa vantagem competitiva natural na área, o Conselho e um roteiro de desenvolvimento do arroz nacional abrangente nos guiarão não apenas em um regime de autossuficiência, mas também para exportação”, projeta. Segundo ele, “a indústria de arroz nigeriana existe de forma abstrata, pois parece não haver forma de coordenação na ausência de um ponto de encontro devidamente estruturado.
“Temos a Associação de Comerciantes de Arroz Paddy da Nigéria (PRIDAN), a Associação de Agricultores de Arroz da Nigéria (RIMAN), entre outras, mas ainda falta integração e uma agenda única e viável.”
O mercado nigeriano já foi um dos principais clientes do arroz brasileiro, no entanto o país africano estabeleceu sobretaxas de até 120% sobre o grão brasileiro e bloqueou as importações pelos portos. Ao mesmo tempo, vários países vizinhos, como Benin e Costa do Marfim são clientes do arroz brasileiro. Eventualmente uma comitiva de representantes nigerianos aporta no Sul do Brasil em busca de apoio tecnológico, mas a proposição brasileira é de cooperar tecnicamente desde que seja fixado um acordo sanitário e comercial nesta área. Contudo, como uma das bases das eleições dos últimos governos do país africano tem sido a autossuficiência – que não se confirma ano após ano – em arroz. A FAO projeta um volume de importação superior a 3 milhões de toneladas pelo país.