Área plantada no Brasil beira 95%
(Por Planeta Arroz) A safra brasileira de arroz 2021/22 está na fase final de plantio, e alcança 94,6% do total estimado, segundo projeta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A empresa leva em conta os seis principais estados produtores nacionais para a estimativa (Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins) que representam 87% do total cultivado no país.
O levantamento é semanal e foi divulgado na última terça-feira com dados coletados até o último sábado. Sobre o ano passado, na mesma época, a semeadura está 1,2% à frente. Na semana avançou 4 pontos percentuais.
No Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS, a semeadura está finalizada. Por fazer uso de irrigação, as lavouras estão com bom desenvolvimento, sob condições de ótima radiação solar, temperaturas altas durante o dia e amenas à noite. A falta de chuvas em muitas regiões do estado começou a impactar a cultura pela redução dos níveis dos mananciais. Algumas áreas foram abandonadas.
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) não tem divulgado acompanhamento de safra, em função de alguns núcleos estarem sem funcionários e outros não conseguirem abastecer o sistema. No entanto, no momento, é forte a tendência de que a estimativa de aumento de 1% da intenção de plantio seja compensada negativamente pelas perdas – áreas abandonadas por falta de água em rios de menor vazão e açudes pequenos – e a queda de produtividade. Estima-se, extraoficialmente, que até 10 mil hectares podem ser perdidos.
Em Santa Catarina, as lavouras estão majoritariamente em fase reprodutiva e apresentando boa evolução. No Norte, algumas áreas de primeiro corte já estão sendo colhidas. O clima tem sido benéfico, inclusive com a retomada de dias ensolarados, com maior incidência luminosa e temperaturas médias adequadas, mas em algumas regiões, principalmente o litoral, houve chuvas intensas.
No Tocantins, a semeadura está na reta final, mas continua com problemas por causa do excesso de chuvas, e foi suspensa em algumas regiões em determinado momento nas regiões produtoras. Até o momento foi semeada cerca de 90% da área total prevista e as lavouras já implantadas vinham apresentando bom desenvolvimento, no geral. No entanto, as últimas chuvas estão obrigando os técnicos a uma reavaliação tanto da área plantada quanto dos danos que podem ter sido causados. Pragas, doenças fúngicas e invasoras estão tendo maior presença porque a chuva tem atrapalhado a programação e a aplicação de manejo com defensivos.
Em São Paulo, a maioria maioria das lavouras ainda está entrando em período reprodutivo. Condições climáticas se apresentam favoráveis, mas há registro de perda de potencial produtivo devido ao excesso de dias nublados, reduzindo a atividade fotossintética das plantas em regiões pontuais.
Segundo a Conab, o Brasil projeta uma área semeada de 1.678,7 milhão de hectares, 0,1% maior do que no ano passado, o que pode não se confirmar por causa das chuvas no Norte/Nordeste e a seca no Sul. A produtividade média prevista é de 6.824 quilos por hectare (retração de 2,6%) e uma produção total de 11.455,3 milhões de toneladas (também queda de 2,5%). Com as quedas no Sul, Tocantins, estados do Nordeste e do Norte, já se cogita que a área total semeada seja inferior à do ano passado e a produtividade também alcance números inferiores, empurrando a colheita total para uma queda de até 4%. Mas, até a próxima terça-feira, quando a Conab divulgará novo levantamento de safra, é apenas especulação.