Colheita de arroz do Paraguai é afetada por combinação de fatores adversos
(Por ABC Color) O potencial que o arroz tem na bacia do rio Paraguai é muito grande, mas é prudente esperar tempos melhores para novos investimentos na área, pois os custos aumentaram muito e os preços do cereal caíram em grande proporção; Além disso, são esperadas perdas devido às adversidades climáticas, explicou o especialista na área, do engenheiro agrônomo e empresário Héctor Ramírez.
Dos cerca de 184 mil hectares de arroz cultivados no período 2019/2020 em todo o país, no ciclo atual a área da referida cultura teria caído para entre 160 mil e 170 mil hectares devido à crise hídrica e condições climáticas adversas, segundo estimativas preliminares de Ramírez.
Acrescentou que em várias zonas não existiam condições para a plantação do cereal, que requer irrigação superficial, pelo que em algumas zonas optou-se pelo cultivo da soja, enquanto noutras foi apenas parcialmente plantado e na maior parte foi desenvolvido com relativa normalidade. No entanto, em muito poucas áreas foi ideal.
Indicou que não será possível atingir a colheita prevista no início da campanha, que era de recolher cerca de 1.200.000 toneladas, mas espera-se apenas entre 800.000 e 900.000 toneladas de arroz limpo-seco.
Ramírez disse que o objetivo desta campanha agrícola é poder enfrentar da melhor maneira possível a complicada situação gerada por uma combinação de fatores adversos. Ele explicou que a pior crise hídrica de todos os tempos , as altas temperaturas que afetaram negativamente as plantações; também houve aumento entre 50% e 100% nos custos de insumos e maquinários utilizados no setor; Assim, o preço do grão também caiu significativamente, de cerca de US$ 300 por tonelada, de períodos anteriores para cerca de US$ 200 por tonelada.
Em relação aos custos de fertilizantes e insumos por hectare, afirmou ainda que estavam em US$ 300 por hectare e atualmente sobem para cerca de US$ 600 por hectare. Além disso, o preço do combustível usado em tratores aumentou.
Nosso entrevistado ressaltou, no entanto, que o potencial de cultivo de arroz na bacia do rio Paraguai, principalmente no Baixo Chaco, é muito grande, mas que os novos investimentos estão parados, pelos muitos motivos adversos mencionados.
Ele considera que as lavouras de arroz do baixo Chaco estão conseguindo bons rendimentos, entre 8.000 e 12.000 quilos por hectare.
O chefe do IPTA, Edgar Esteche; o presidente da Senave, Rodrigo González; o ministro da Agricultura, Santiago Bertoni, e o chefe da ANDE, Félix Sosa, no estabelecimento Arrozales del Chaco, GPSA, na terça-feira passada.
A consolidação da lavoura do arroz se destaca
Por outro lado, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Eng. Agr. Santiago Bertoni, destacou na última terça-feira durante sua visita ao estabelecimento “Arrozales del Chaco”, no departamento de Presidente Hayes, localizado a cerca de 60 km da ponte de Concepción, a consolidação da produção de cereais naquela área com rendimentos extraordinários, de até 12.000 quilos por hectare, e a projeção de um polo de desenvolvimento agropecuário, com previsão de pavimentação e fornecimento de energia elétrica.
2 Comentários
O mesmo que ocorreu lá vai ocorrer aqui! De 20 a 30% de quebras entre abandono, falhas e frio na maturação! Sigo afirmando que teremos uma quebra na ordem de 2.000.000 toneladas nesse ano! Na fronteira-oeste já se fala em R$ 80 livres… Gostaria de receber um pedido de desculpas aos que me criticaram há uns 20 dias atrás, mas sei que não virão aqui fazer isso!
Boa tarde . Acho tá na hora de saírem a campo pra atualizar as quebras q podem sim chegar próximo a 2.500.000 toneladas de quebra no arroz. Nosso caso estimo em torno de 85% de quebra e daqui até Cachoeira do Sul, são em torno de 120km de arroio sem água. Dessa vez não vejo exagero q Seo Flávio comentou das perdas de arroz com a seca.