Produtor deve olhar para o mercado pela perspectiva da dinâmica de formação de preço
Tendência de elevação na cotação do arroz foi tema de palestra na segundo dia da Abertura Oficial da Colheita do Arroz em Capão do Leão
(Por: Ieda Risco/AgroEffective) “A tendência é que o preço do arroz volte a subir”, disse Élcio Bento, consultor de Mercado da Safras e Mercado ao desenvolver o tema “Perspectivas de Mercado para a Temporada 2022/2023, durante a quarta palestra da programação da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. A moderação ficou por conta de José Mathias Bins Martins, presidente da Cooperativa Arrozeira Palmares. Martins ressaltou que todos estavam aflitos para entender o que pode ocorrer na próxima safra, pois em 2020 o preço do arroz chegou a R$ 120,00. “Mas, de lá pra cá, só caiu, e em algumas praças chegou a R$ 58,00”, disse.
Élcio Bento falou sobre a necessidade do produtor olhar para o mercado pela perspectiva da dinâmica de formação de preço, mas de uma forma racional. “No Brasil, o preço internacional, o câmbio e o abastecimento interno interferem na formação de preço”, disse. Segundo o consultor, estamos em um momento de distorção. “Sempre que isto ocorre, a safra seguinte apresenta uma retomada dos preços de acordo com a sazonalidade, ou seja, conforme se viu nos últimos 27 anos, a menor cotação ocorre em março e os maiores preços em janeiro”, observou.
Bento ainda alertou que não falta arroz no mundo e que há 16 países superavitários no grão, entre eles o Brasil, contra 87 deficitários. “A China estava entre os superavitários até a temporada anterior e hoje se encontra entre os deficitários, e o maior fornecedor global de arroz é a Índia”,afirmou.
Já sobre o maior concorrente do país, os Estados Unidos, Bento ressaltou que o cenário atual indica que falta arroz naquele país. Além disso, o superávit da América do Norte não é suficiente para abastecer a América Central e o Caribe. E concluiu dizendo que o arroz brasileiro pode estar subvalorizado quando se olha para o mercado internacional, mas que por conta da sazonalidade, o preço pode voltar para R$ 78,00 a saca, após uma queda para R$ 60,00 a saca.
A 32ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas segue até amanhã, sexta-feira, na Estação Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), em formato híbrido com atividades presenciais e on-line. A organização é da Federarroz com correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Informações podem ser obtidas pelo aplicativo Colheita do Arroz ou no site www.colheitadoarroz.com.br.