Brusone: um velho inimigo dos arrozeiros nas lavouras gaúchas
Autoria: Edgar Alonso Torres Toro – doutor em Genética e Melhoramento de Plantas. Diretor de Pesquisa da RiceTec Mercosul.
A brusone do arroz ou piricularia é uma doença própria da cultura que tem causado perdas importantes nas safras recentes do Rio Grande do Sul. Esta doença, que ataca as folhas e a panícula, é causada por um fungo (Pyricularia oryzae). O ataque do fungo é favorecido quando se unem três condições: uma cultivar suscetível, um manejo agronômico favorável à doença (altas fertilizações nitrogenadas, densidades altas, desbalanceamento nutricional, semeaduras tardias, estresse por falta de agua, etc) é condições climáticas favoráveis (temperatura e alta umidade relativa).
As perdas são consideráveis, quando se usam cultivares altamente suscetíveis, principalmente quando a incidência se dá na panícula já que a doença causa esterilidade total dos grãos. A brusone é uma doença que tem convivido com o arroz há muito tempo (co-evolução) e é provável que as mudanças no clima ajudem ainda mais ao fungo. Por tanto; devemos aprender a conviver com a doença com uma estratégia de manejo integrado.
Brusone: “resistência genética é um excelente método de controle” O princípio fundamental no manejo integrado é a combinação de ferramentas para atingir um controle efetivo. No caso da brusone consideram-se a resistência genética dos cultivares utilizados e o manejo agronômico adequado incluído o uso criterioso de fungicidas, como as mais importantes. Por tanto, desenvolver cultivares resistentes é um objetivo de melhoramento chave na RiceTec a fim de oferecer aos produtores um portfólio de soluções adequadas para enfrentar esta doença.
Este é o caso do Titan CL um material que combina alta produtividade, alto rendimento de grãos inteiros e resistência á Brusone. Novos produtos que vem no pipeline como o XP102CL e XP 115 também apresentam uma excelente performance diante da doença. A resistência genética é um excelente método de controle, pois já vem incluída na semente e é completamente amigável com o ambiente; porém sempre existe a pergunta da durabilidade da resistência. Devido a co-evolução entre o patógeno e a cultura, o fungo sempre vai conseguir quebrar a resistência. O objetivo é reduzir o mais possível a probabilidade desta quebra da resistência e estar um passo a frente do fungo.
Para se conquistar este objetivo é fundamental conhecer muito bem o patógeno, ou seja, estudar a sua variabilidade e evolução mediante o monitoramento continuo das raças do fungo. Com isto, é possível desenhar estratégias de melhoramento para acumular os genes de resistência efetivos.
Ao mesmo tempo evitar a semeadura do mesmo cultivar em grandes extensões e em vez de isto ter uma diversidade genética de cultivares na propriedade e no Estado. Em conclusão, não somente devemos utilizar cultivares resistentes, mas também utilizar elas de maneira criteriosa de forma que se assegure a durabilidade da resistência.
Para a RiceTec o aumento da competitividade e da produtividade do arroz no Brasil é fundamental para o sucesso do negócio, por tanto, considera de vital importância juntar o esforço público e privado para entender a diversidade do patógeno e desta forma poder planejar estratégias para o desenvolvimento da resistência genética durável á brusone do arroz.