FAO: Preços de alimentos que usam ureia podem subir 35% entre 2022 e 2023
(Por Infobae) A escassez de fertilizantes como a ureia, em nível internacional e gerada pela invasão russa da Ucrânia, faria com que os preços dos alimentos agrícolas aumentassem em até 35% no Peru. Isso foi alertado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A FAO fez uma análise dos impactos que a escassez de ureia ou seu aumento de preço terá no país, além da perda de poder aquisitivo dos peruanos, o que geraria riscos para a manutenção da segurança alimentar no Peru. Durante apresentação perante a comissão especial Fome Zero do Congresso da República , o coordenador de Projetos de Segurança Alimentar da FAO no Peru, Fernando Castro, indicou que a previsão é que os preços dos alimentos que necessitam de ureia aumentem em 35% no país .
Embora não tenha especificado quais os produtos que irão aumentar os seus preços, seriam culturas como arroz , milho, tomate, cenoura, cebola e batata, uma vez que as suas áreas plantadas diminuíram. Portanto, haveria redução da oferta até o final de 2022 e início de 2023 no mercado interno.
Note-se que essa projeção de escassez (35%) da FAO supera a de outros especialistas em questões agrícolas, como a Conveagro, que havia previsto um aumento de 20% a 30% no preço da batata, arroz e milho amarelo duro na campanha agrícola seguinte (de agosto de 2022 a julho de 2023).
POPULAÇÃO AFETADA
Além disso, o coordenador de Projetos de Segurança Alimentar da FAO no país apontou que 51% dos peruanos estariam em situação de insegurança alimentar, segundo estudos do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação (Midagri) e do Ministério do Desenvolvimento e Inclusão (Midis).
Os departamentos do Perú mais comprometidos são Ayacucho (67.2%), Apurímac (66.9%), Cusco (64.9%), Puno (61.5%), e Áncash (59.8%). Contudo, indicou que a agricultura familiar tem uma dependência menor de 50% dos fertilizantes e que, ao ser de autoconsumo, o impacto seria menor.
DISTRIBUIÇÃO DE UREIA
Na segunda-feira, o diretor-executivo da Agro Rural, Rogelio Huamani, assegurou que o atraso produzido na compra de fertilizantes não altera o cronograma estabelecido para que, a partir de agosto, os agricultores possam contar com esse recurso e, assim, , garantir suas colheitas.
Sobre a decisão da comissão de avaliação de anular o processo de compra, informou que isso se deveu ao fato de os licitantes internacionais não cumprirem a entrega de seus respectivos certificados de qualidade, o que é essencial considerando os diferentes níveis de altitude do território peruano, que condiciona o uso da ureia em cada região, seja norte, centro e sul do país.
“ Isso (prazos de entrega) não vai mudar; na primeira semana de agosto ou quinzena (a ureia) já deve estar em campo, informando que nessas datas começa toda a questão do grande plantio em todo o Peru, portanto, vamos garantir com este produto nas mãos dos irmãos do campo”, disse.
NOVO MINISTRO DA AGRICULTURA
O Governo oficializou na terça-feira a nomeação de Andrés Rimsky Alencastre Calderón como Ministro de Estado do Gabinete de Desenvolvimento Agrário e Irrigação. Na noite de segunda-feira, o Presidente da República, Pedro Castillo, prestou juramento.
O novo integrante do gabinete ministerial, que encabeça Aníbal Torres Vásquez, é economista egresso da Universidad Nacional Agraria La Molina, com experiência em temas de gestão ambiental, de conflitos sociais em torno de atividades extrativas e experiência em temas de planejamento territorial, usos da água, entre outros. Ele também foi consultor da ONG Ecocity e desenvolveu funções semelhantes aplicadas à gestão da água em bacias.