Espaço reduzido
Usda prevê que EUA poderá plantar a menor safra de arroz em 35 anos
Competidor por mercados internacionais de arroz de grãos longos com o Brasil e o Mercosul, os Estados Unidos poderão semear a menor área em 35 anos, alerta o Departamento de Agricultura (Usda). Dados de semeadura em 31 de março indicam queda de 3% na área total (grãos longos, curtos e médios), após queda de 15% em área e 12% em produção em 2021.
Altos custos de produção, indisponibilidade de fertilizantes nitrogenados, preços baixos, mercado travado e rentabilidade mais atrativa em milho e soja fizeram parte dos motivos dos agricultores evitarem arroz. A seca limita a produção na Califórnia, onde estão 95% dos grãos curtos e médios.
A expectativa de superfície semeada de 997,6 mil hectares caiu em março para 992,3 mil ha. O mercado reagiu com neutralidade. A queda prevista é de 32,4 mil hectares, sendo 24,3 de grãos curtos e médios e 8,1 mil de longo fino. Confirmada, será a menor área total desde 1987.
Dwight Roberts, da Associação dos Produtores de Arroz (Usrpa) e Betsy Ward, presidenta da Associação da Indústria de Arroz (USRice) consideram modesta a previsão oficial. Esperam retração de 8% a 10% em área e produção, número que será conhecido no fim de junho. “O plantio do cedo foi atingido por intempéries e precisou replantio. Houve desistência e mais produtores optaram por soja e milho”, diz Roberts. As entidades projetam de 893 a 913 mil hectares semeados nos EUA. A Universidade do Arkansas prevê aumento de 45% a 50% no custo.
MERCADO
A estimativa projeta oferta de arroz apertada em 2022/23 nos EUA, como em 2019/20, e cria ambiente de extrema volatilidade de preços. Isso pode ajudar o Brasil a exportar mais. Plantio atrasado e germinação irregular em abril implicam em novo problema à colheita.