Inauguração fake, o último ato de uma gestão fake no Irga

Autoria: Planeta Arroz.

Após dois anos sem justificar sua permanência à frente do Instituto Rio Grandense do Arroz e a inércia durante o governo de Eduardo Leite e sob o comando de Covatti Filho, colecionando inimigos e sem respaldo político, a saída do ex-presidente do Irga, Guinter Frantz, foi tão deprimente quanto sua segunda (di) gestão. Guinter Frantz está de férias, apenas aguardando o ato formal de sua exclusão. Segundo fontes do próprio governo, negou-se a pedir demissão.

Ainda assim, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) não é mais comandado formalmente pelo engenheiro agrônomo da Zona Sul, que vinha sendo apenas uma figura decorativa desde março e comandava a Autarquia pela internet, de casa. Para alguns, em especial conselheiros que o apoiavam e o mantiveram à frente do organismo no governo de Eduardo Leite, esta é uma derrota da teimosia, da falta de articulação e de diálogo com o governo e do rompimento com a maior parte dos funcionários e com o projeto quase secular de um Irga forte, protagonista da cadeia produtiva do arroz nas Américas.

Para muitos servidores, detratores e outros conselheiros que se chocaram com o estilo de tornar pessoais todas as críticas, e se queixam da falta de gestão, promoção intensa de sindicâncias e mudanças no quadro funcional por possíveis retaliações, é um alívio.

Mais do que isso, há esperança de que o novo presidente, que deve ser o engenheiro agrônomo Ivan Saraiva Bonetti, atual diretor de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Secretaria Estadual da Agricultura, com o devido respaldo político, dê novo rumo ao instituto, faça-o retomar seu rumo científico e de suporte às lavouras, espaço que perde a cada novo servidor que abandona a carreira, a cada experimento ou geração de inverno que não são feitos por falta de gente, recursos e, principalmente, competência para gerir e buscar os recursos necessários.

A despedida de Frantz não aconteceu sem um novo constrangimento.

O ex-presidente resolveu, por conta própria, inaugurar a nova sede do Irga, na Avenida Farrapos, sem anuência do Governo do Estado. Foi desautorizado.

Minutos depois da “inauguração fake”, com ele ainda dentro do prédio, contraordem do Palácio Piratini tornou o ato inválido e, às pressas, os registros foram suspensos.

Para quem assumiu o Instituto pregando gestão como fator principal de avanço da cadeia produtiva, isolado e com suporte garantido por um grupo de conselheiros da Zona Sul, representantes de entidades e alguns conselheiros de outras zonas – mais dispostos a manter sua influência no Irga do que propriamente vê-lo retomar seu caminho – Frantz tornou-se um exemplo do que não fazer.

Não é o responsável único pelo Irga estar quase no fundo do poço. Tem muito de Eduardo Leite, e suas falsas promessas à cadeia produtiva, e de Covatti Filho, no desmantelamento do instituto. Mas, estes terão tempo de inverter o quadro de desmonte da Autarquia. E a provável indicação de Bonetti já é uma demonstração.

Terão vontade?

2 Comentários

  • O que se nota neste artigo, de forma bem clara, que o autor não tem a menor noção do que aconteceu no Irga nestes últimos anos, da gestão Guinter, além de um claro ressentimento por algum motivo inconfessável. Ele não tem idéia de como foi, e é difícil, fazer qualquer tipo de modernização na instituição.
    Muita gente doou muitas horas da sua vida privada, invlusive o Guinter, em prol de mudanças, visando tornar a empresa moderna e viável, que é o minimo que o produtor espera.
    O produtor, que paga a taxa CDO, tem o direito de querer uma instituição que funcione a contento. Mas o “sistema” venceu. Reforma? Para que? Para quem?
    Tem até aqueles que acham que a prioridade do Irga deve ser o seu corpo de funcionários. Outros, que deve fazer política setorial, papel já devidamente exercido pelas entidades de classe.
    Mas para o autor, a culpa é do Guinter e de “alguns” conselheiros.
    É piada!!!!

  • Não foi este mesmo presidente, em uma reunião em Brasília em um gabinete ministerial que falou que o problema da orizicultura gaúcha eram os próprios arrozeiros que tinham problemas de gestão em suas propriedades e lavouras ?
    Para refrescar a memória.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter