Arrozeiros uruguaios aceitam preço provisório, mas esperam que melhore
(El Observador, Uruguai) Arrozeiros e industriais acordaram um preço provisório para o grão da última safra, no valor de US$ 11,45 por saca de 50 quilos de arroz seco, são e limpo. A Associação dos Cultivadores de Arroz (ACA) entende que o preço deve ser mais alto, mas neste momento prioriza a importância de ter acordado um preço provisório como um “passo intermediário oportuno” para solidificar o processo necessário para avançar em direção a um objetivo de valor mais alto. uma vez acertado o pagamento final, disse Alfredo Lago, presidente da entidade.
O PROCESSO
Em 30 de junho deste ano não houve acordo entre as partes e foi aplicada a cláusula contratual, que estabelecia um preço de US$ 10,20 por saca, após o que a indústria, por decisão própria, acrescentou US$ 1 como crédito.
Posteriormente, todos os meses eles negociavam com a indústria para gerar um preço acordado.
O que foi feito agora, enfim, foi acordar um preço em que esse crédito é transferido para o preço provisório e é adicionado US$ 0,25 para estabelecer uma melhoria em relação a esse valor que resultou da aplicação da cláusula em 30 de junho.
“A ACA continua a entender que o preço deve ser superior ao que foi alcançado, mas valorizamos ter conseguido esclarecer a situação, subimos alguns degraus no objetivo de chegar a um preço real superior ao que estávamos a ter, fomos melhor posicionados para negociar um preço melhor quando o exercício for encerrado, em 28 de fevereiro”, explicou Lago.
O QUE FOI VENDIDO
O produtor informou ainda que do total de arroz colhido (1,51 milhão de toneladas) na safra 2021/2022, 70% já foi comercializado (quase todo é exportado). Com isso como marco, o preço médio por tonelada de arroz beneficiado exportado supera US$ 500, com negócios recentes na ordem de US$ 520 a US$ 530 por tonelada. “Houve uma melhora no preço nos últimos meses”, ressaltou.
OS DESTINOS
Em relação aos destinos, ele destacou que 40% foi demandado pelo mercado da União Europeia . Os demais têm como principais candidatos os mercados da Venezuela e da América Central, incluindo o México. Há, segundo ele, possibilidades de retomar os negócios para destinos no Oriente Médio.
O arroz uruguaio tem uma ampla gama de clientes, cerca de 60. Isso é muito importante, independentemente do desejo de colocar o máximo possível na Europa, onde os melhores preços são alcançados.
O arroz uruguaio normalmente vai, a cada ano, para cerca de 35 a 40 mercados, então se alguém parar de comprar por algum motivo, há imediatamente alternativas para colocar. Nesse cenário, em algo que se entende como lógico e com o qual o Uruguai está acostumado a lutar, há fortes concorrentes na região , que tem a vantagem de ser propícia à produção de arroz.
Um de grande porte é o Brasil. Embora também seja exportador, já que 20% do arroz negociado este ano teve esse destino, é um concorrente com quem às vezes “nos acotovelamos, por exemplo, para entrar no mercado peruano”.
Paraguai e Argentina também são concorrentes, o que está sendo muito competitivo, pois na Argentina os custos de produção são baixos e ao mesmo tempo que o fornecedor de arroz para o mundo obtém preços semelhantes aos obtidos pelo Uruguai.
SEMEANDO AVANÇOS
Sobre o desenvolvimento das tarefas de plantio, Lago informou que “estamos em quase 40% da área instalada, é um avanço muito bom, a única preocupação é a falta de umidade para o correto surgimento das plantas” .