Arroz brasileiro vai à COP27
(Por Abiarroz) A Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz) será representada pela Fumacense Alimentos, de Santa Catarina, na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 27), que começou no dia 6 deste mês e termina no próximo dia 18, em Sharm el-Sheikh, no Egito. A empresa cerealista catarinense é um exemplo das práticas sustentáveis desenvolvidas pela indústria arrozeira brasileira, uma das mais modernas e eficientes do mundo, com desempenho destacado na redução de emissão de gás metano.
A Fumacense participará, de forma virtual, de painel sobre o tema: “Tecnologias de manejo de resíduos agropecuários contribuindo para mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, no dia 14 de novembro, das 13h às 13h45 (horário de Brasília). A data foi dedicada ao debate de temas relacionados ao agronegócio na COP 27.
A empresa, associada da Abiarroz e do projeto Brazilian Rice, apresentará dados sobre a sustentabilidade da cadeia do arroz brasileiro e algumas das suas principais iniciativas para contribuir com a diminuição das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera e atenuar as mudanças climáticas.
Uma das medidas adotadas pela Fumacense é a utilização de toda a casca de arroz que seria descartada como biomassa para a geração de energia limpa na própria termelétrica instalada em seu parque industrial.
A energia gerada é suficiente para suprir seu parque industrial e, com uma ampliação a ser concluída no próximo ano, começará a ser vendida para a região, contribuindo para o desenvolvimento de pequenas cidades no Brasil, sobretudo no Sul do país, onde a matriz e mais uma unidade da indústria estão instaladas.
No processo de reaproveitamento de resíduos da cerealista, a cinza originada da queima da casca de arroz é também reutilizada por indústrias siderúrgicas, cimenteiras e ceramistas. Estas últimas, por exemplo, a usa para a composição de tijolos em um projeto pioneiro.
“A Fumacense adaptou o seu processo produtivo para que todos os resíduos gerados ao longo da fabricação dos seus produtos sejam reutilizados ou reciclados, diminuindo o impacto na natureza. Nos últimos anos, implantamos diversas práticas sustentáveis na cadeia produtiva de nossa principal matéria-prima: o arroz”, diz o coordenador da Central Termelétrica da Fumacense Alimentos, Lucas Tezza.
Com isso, as embalagens, a casca do arroz ou até o ar são monitoradas na Fumacense, fazendo com que a empresa gere o mínimo de descarte ou poluição.
Brasil, referência em sustentabilidade na cadeia do arroz
As medidas adotadas pela Fumacense e outras associadas da Abiarroz, aliadas às práticas de menor impacto ambiental utilizadas nas lavouras, tornaram o Brasil referência em sustentabilidade na cadeia mundial do arroz.
Nono maior produtor mundial de arroz e segundo maior em produtividade, o país fez com que a emissão de metano na produção de arroz caísse 37,2% entre 2010 e 2019. Este percentual, pontua a Abiarroz, é maior que o estabelecido no pacto global para redução de emissão de metano, firmado na COP26, para redução de 30% na emissão de metano até 2030.
“Entre os 10 maiores produtores globais de arroz, o Brasil é o que menos emite gás metano. O país representa 0,5% da emissão de gás metano na produção de arroz mundial”, acrescenta a associação.
Na contramão do desenvolvimento sustentável, China, Índia e Bangladesh, principais produtores de arroz, vêm aumentando sua participação na emissão de gás metano mundial, de acordo com dados da FAO.
A Abiarroz reforça que a redução de gás metano na produção de arroz se deve a práticas complementares na lavoura e na indústria, principalmente à geração de energia nas indústrias a partir da queima da casca do arroz.
“A produção de arroz no Brasil é aliada do desenvolvimento sustentável em todos os seus pilares, principalmente por provocar menor impacto adverso possível ao meio ambiente e contribuir para a segurança alimentar”, enfatiza a associação.
“A Abiarroz e as indústrias brasileiras do arroz, como a Fumacense, estão prontas para contribuir com o esforço mundial de reduzir em 30% a emissão de gás metano na próxima década”, ressalta a entidade.