Indicador da FAO cai 3,2% em março e põe mundo do arroz em alerta
(Por AgroDados/Planeta Arroz) O Índice de Preços Mundiais do Arroz da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) teve uma média de 121,2 pontos em março de 2023, o que representou uma queda de 3,2% em relação a fevereiro, mas ainda 17,6% acima do nível do ano de 2022. Os preços de exportação caíram em todos os principais segmentos do mercado em março.
De acordo com seus índices correspondentes, as cotações do Japônica e Aromática caíram mais, despencando 7,7% e 4,6% de seus níveis de fevereiro, respectivamente, em meio ao progresso da colheita no Vietnã e atividades comerciais geralmente calmas.
Para o subíndice de preços dos Glutinosos e Índica (de alta e baixa qualidades), as quebras mensais foram na ordem dos 3,1% e 2,4%, respectivamente. O tom do mercado foi geralmente fraco nas principais origens asiáticas do arroz Índica durante o mês de março, segundo avalia a analista sênior da FAO, Shirley Mustafa. Embora as cotações tenham recebido algum suporte no final do mês com as notícias de um retorno iminente da Indonésia ao mercado internacional de suprimentos, as cotações na Índia, Tailândia e Vietnã fecharam o mês entre 2% e 3% abaixo dos níveis de fevereiro. No Vietnã, os declínios seguiram-se à chegada de nova colheita.
O arroz colhido na temporada de inverno-primavera, com perspectivas favoráveis para colheitas iminentes de entressafra, também estão pesando sobre o sentimento na Tailândia e na Índia.
Enquanto isso, os esforços para reavivar a demanda deprimida pelos aumentos de preços anteriores reduziram os preços de exportação em cerca de 4% no Paquistão. Isso ocorreu apesar dos aumentos sustentados nas cotações locais, em meio a pressões inflacionárias elevadas, inclusive devido aos recentes aumentos nos custos de transporte.
Nas Américas, com exceção do Brasil, onde uma desvalorização do real brasileiro em relação ao dólar dos Estados Unidos abriu espaço para uma redução mais perceptível dos preços, as cotações da Indica foram estáveis a marginalmente mais fracas.
As perspectivas de outra safra ruim na Argentina e no Brasil sustentaram a relativa estabilidade, ajudando as cotações a desafiar a pressão da baixa demanda nos Estados Unidos da América e do progresso da safra nos principais exportadores sul-americanos.