Safra de arroz dos EUA será grande, ao menos em tamanho
(Por Dwight Roberts, USRPA) O plantio continua avançando sempre que possível, com o Arkansas significativamente à frente da média de velocidade de semeadura em 5 anos. O maior estado produtor de arroz nos Estados Unidos está em 51/21% plantado/emergido, em comparação com a média de 5 anos de 32/10%. A Louisiana está em 86/81%, Mississippi em 39/11%, Missouri 63/12% e Texas em 74/58%. Em suma, tanto o plantio quanto a emergência estão adiantados. Agricultores em NE Arkansas e SE Missouri devem plantar até 1º de junho.
Um agricultor do Arkansas comentou que “onde compra sementes, informaram semana passada que precisa levar o resto dos insumos porque há tanta demanda que não podem mais fiscalizá-la em seu depósito”. Os tratores estão operando a todo vapor em áreas de grãos médios na Califórnia, com algumas das primeiras sementes planejadas para serem transportadas esta semana.
Já o mercado está em grande parte no piloto automático agora, com os produtores focados em semear novas safras com quase nenhum suprimento de safras antigas. A última parcela dos negócios no Iraque foi uma dádiva de Deus para manter a produção nas indústrias, assim como o retorno de compras mais constantes do Haiti. Todos estão entusiasmados com uma safra maior para recuperar os mercados de exportação, mas exportadores concorrentes na América do Sul estão de olho em uma recuperação semelhante.
ARGENTINA
Um recente relatório GAIN sobre a Argentina foi divulgado, e sua história soa como um paralelo direto com a dos EUA. As safras curtas dos últimos anos aumentaram os preços e, com a queda no custo dos insumos em relação ao ano passado, as chuvas favoráveis devem trazer um resultado positivo tanto para os produtores quanto para os beneficiadores. Enquanto a seca que resultou na menor safra de soja do país vem roubando as manchetes, a expectativa é de que os cultivos de arroz se recuperem na safra 2023/24.
A produção está prevista para aumentar em 845.000 MT com base beneficiado, o que representa um salto de 24% em relação ao ano passado, chegando a 470.000 acres (190,2 mil hectares). As exportações estão previstas para voltar ao normal, até 400.000 toneladas base beneficiada. O atual ano-safra registrou recorde de baixa nas exportações dos últimos 20 anos (semelhante aos EUA). O consumo de arroz per capita gira em torno de 20 libras (9,1kg), o que é menor do que em muitos outros países sul-americanos.
PARAGUAI
Também foi publicado um relatório GAIN sobre o Paraguai, o que faz sentido, visto que essas duas regiões fazem fronteira entre si por meio de uma importante fonte compartilhada de água, o Rio Paraná. Espera-se que a produção de arroz de 2023/24 atinja um recorde, chegando a 1,3 milhão de toneladas de produção (base casca), ou até 487.000 acres (197,8 mil hectares). O investimento contínuo na região está aumentando a área plantada de arroz, e espera-se que sua produção continue aumentando a cada ano que passa. Assim como na Argentina, a seca reduziu os hectares no ano passado, resultando em preços 26% mais altos do que no ano anterior e um carry-out muito baixo. Este baixo carryout, quando combinado com a maior produção deste ano, resulta em exportações que devem se igualar ao ano passado em 711.000 toneladas de base beneficiada.
O Paraguai está crescendo em seu destaque como fornecedor confiável e de qualidade, tendo registrado exportações para 31 países no ano passado compostas por 42% de beneficiado, 32% de arroz integral, 16% de arroz em casca e 10% de quebras. Como o USRPA procura expandir as vendas de arroz dos EUA para a América do Sul, a Argentina e o Paraguai não podem ser negligenciados como concorrentes viáveis.
ÁSIA
Na Ásia, os preços se mantiveram estáveis/firmes, particularmente no Vietnã, onde não se moveram desde a semana passada em US$ 480 pmt. Na Tailândia, os preços se firmaram em $ 485 pmt e estão sugerindo $ 490 pmt. A história é a mesma na Índia, com carregamentos recordes e preços abaixo de $ 445pmt.
O relatório semanal de vendas de exportação do USDA mostra boas notícias desta vez, com vendas líquidas de 51.500 MT, visivelmente acima da semana anterior e 25% acima da média das 4 semanas anteriores. As exportações de 80.400 MT aumentaram visivelmente na semana anterior e também em relação à média das 4 semanas anteriores.
1 Comentário
Recomenda-se, em face dos dados e números citados, reduzirem suas áreas novamente em 10 a 15% para o próximo triênio! Caso contrário vai acontecer o mesmo que ocorreu com a soja esse ano! Sinceramente na minha opinião, o Mercosul não vai aumentar área alguma!!! O que definirá tudo nesse ano serão os portos… Exportações… com o preço do arroz nos R$ 82 poucos se atreverão a plantar esse ano!