Exportações tailandesas de arroz devem atingir 9 Mt em meio à instabilidade climática
Arrozais tailandeses, sob risco climático
(Por AgroDados/Planeta Arroz) A Tailândia está à beira de um ano extremamente promissor em termos de exportação de arroz , que, segundo as previsões, pode chegar a 9 milhões de toneladas . Aproveitando ao máximo o fervor do mercado induzido pelo clima, a indústria tailandesa antecipa com alegria o envio de massas do que é uma mercadoria integral para muitos. Acredita-se que o aumento da demanda esteja enraizado na ansiedade sobre as possíveis consequências do fenômeno climático El Niño.
Chookiat Ophaswongse, presidente honorário da Associação Tailandesa de Exportadores de Arroz, expressou seu otimismo, sugerindo que a indústria está preparada para exportar cerca de 4 a 5 milhões de toneladas de arroz no segundo semestre deste ano, o que representa mais de 4,1 milhões de toneladas despachadas no ano primeira metade. “O preço do arroz atingiu o nível mais alto em 11 anos.”
Especificamente, o custo do arroz branco tailandês free-on-board subiu para US$ 510 por tonelada, igualando-se ao preço do arroz vietnamita. Por outro lado, o arroz indiano está um pouco mais barato em US$ 480 por tonelada, tendo anteriormente ficado atrás dos grãos tailandeses em até US$ 100 por tonelada.
De acordo com Chookiat, as incertezas em relação ao El Niño levaram a temores notáveis no ano passado, e isso pode ter provocado uma redução global na oferta de arroz. O resultado foi uma compra de pânico. A autopreservação teve precedência, pois vários países procuraram aumentar seus estoques para mitigar riscos potenciais. Frases como “nações importadoras de arroz” e “aumento dos estoques” tornaram-se bastante comuns.
Em resposta a esses desenvolvimentos da indústria, tanto as Filipinas quanto a Indonésia anunciaram publicamente a intenção de aumentar suas compras de arroz. A Indonésia já adicionou 1 milhão de toneladas à sua oferta doméstica.
Um nível igual de preocupação ecoou na Malásia, a produção doméstica e a queda nos estoques levaram a planos de importar 1,2 milhão de toneladas de arroz. Inevitavelmente, os preços do arroz da Malásia subiram 10%, e espera-se que esse aumento inspire novas compras de arroz da Tailândia .
Enquanto isso, as Filipinas garantiram colossais 2 milhões de toneladas de arroz do Vietnã. A primeira embarcou 4 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano, mas tem capacidade anual de exportação de 7 milhões de toneladas.
Chookiat também revelou que a China aumentou suas importações de arroz do Vietnã, confirmando que começou a acumular estoques de arroz.
Olhando para trás, a Tailândia exportou 7,69 milhões de toneladas de arroz no ano passado, um aumento definitivo de 22% em relação aos 6,3 milhões de toneladas em 2021. Essa trajetória ascendente também foi visível em termos monetários: o valor das exportações aumentou 25,1% para 138 bilhões de baht (US$ 3,97 bilhões) , marcando um aumento de 14,6%.
O desempenho louvável posicionou a Tailândia como o segundo maior exportador global de arroz em 2022, perdendo apenas para a Índia (com exportações totalizando 21,9 milhões de toneladas). O Vietnã ficou em terceiro lugar com exportações de 6,31 milhões de toneladas.
Significativamente, o Iraque emergiu como o comprador mais proeminente de arroz tailandês, comprando 1,6 milhão de toneladas no ano passado – um aumento de 458% em relação a 2021. Outros importadores importantes incluíram a África do Sul com 775.000 toneladas (uma queda marginal de 2,26% em relação a 2021), a China com 750.000 toneladas (aumento de 18,8%), os EUA com 650.000 toneladas (aumento de 13,2%) e Benin com 321.000 toneladas (queda de 15,3%).
Enquanto o mundo está de olho no El Niño, Chookiat alertou sobre o monitoramento das chuvas de julho a setembro. Qualquer queda durante este período representaria uma ameaça direta à produção de arroz da cultura principal, que depende fortemente das chuvas.
Chookiat estimou que chuvas insuficientes poderiam prejudicar a produção de arroz tailandês em 10-15% do nível de produção padrão. Dado que a produção anual normal da principal cultura de arroz em casca é de 24 milhões de toneladas e os períodos de entressafra produzem 8 milhões de toneladas, um impacto tangível na produção é um cenário provável, informou o Bangkok Post.
“Em relação à recente instrução do governo para reduzir o cultivo de arroz fora de época para reservar recursos hídricos em barragens e se preparar para uma forte seca no próximo ano, teremos que esperar para ver. O preço do arroz não moído é muito favorável, com os preços domésticos chegando a 11.000 baht por tonelada, o que pode encorajar os agricultores a continuar cultivando arroz fora de época”.
