Sem janelas para semeadura, preços se mantêm na faixa dos R$ 100,00

 Sem janelas para semeadura, preços se mantêm na faixa dos R$ 100,00

(Por Cleiton Evandro, AgroDados/Planeta Arroz) O Dia do Gaúcho, 20 de setembro, costuma ser a data de largada das semeadoras em boa parte das lavouras arrozeiras do Rio Grande do Sul para deflagrarem o início da nova safra. Desta vez, conforme já previam os meteorologistas, esse plantio precoce vai ter que esperar. Além das enchentes, que já mostraram estar entre as três maiores da história recente no Rio Jacuí, por exemplo, no Centro do Rio Grande do Sul, o clima segue instável com tempestades de granizo e pancadas de chuvas. Isso atrapalha as ações de pré-plantio e a própria semeadura.

Ainda que boa parte das lavouras já esteja pronta, entaipada, graças ao preparo de verão e o sistema pingue-pongue com soja, há muita coisa ainda que demanda o final dos preparativos, como a limpeza de drenos e canais de irrigação. Ao mesmo tempo, com as cheias, que devem ser um pouco mais rotineiras nesta temporada, os produtores já tiveram uma amostra das áreas que tendem a alagar.

Sendo assim, o movimento dos produtores poderia se concentrar na comercialização, afinal arroz a 20 dólares não se guarda, se vende. Ainda assim, os arrozeiros têm resistido a ofertar. As tradings seguem fora de mercado, se movimentando apenas via oportunidade. Os preços internos tornam impossível negociar novas exportações, exceto de quebrados de arroz, segmento que resiste bravamente depois de ter travado ainda no primeiro semestre.

O “mercado climático” ainda não opera no RS com grande interferência, mas se chegar ao início de outubro com o plantio atrasado, poderá haver interferência da necessidade de caixa por parte dos produtores. A indústria, esta semana, parece que terá um pouco mais de facilidade para ajustar suas tabelas de preços, uma vez que o varejo tem demonstrado levemente, mais disposição em comprar arroz branco.

Os preços aos consumidores, em que pese a retomada das manchetes de inflação causada pelo arroz, não assustam. É preciso lembrar que um aumento de 20% nos preços representa de 70 a 80 centavos por quilo, o que convenhamos não é muita coisa. No mercado internacional vários países da Ásia pressionam a Índia para retomar as vendas, ao menos em cotas específicas para parceiros comerciais mais antigos. E já são previstas colheitas maiores para a próxima temporada.

Os Estados Unidos, com uma safra normal em volumes, mas novamente com muitas notícias de grãos inferiores – quebradores – está retomando gradativamente seus espaços para exportar e abastecer boa parte da América Latina.

Por outro lado, crescem as reclamações de importadores brasileiros para com algumas empresas paraguaias. Os nomes já correm nos grupos de facebook. Seriam empresas que venderam arroz integral ou branco entre US$ 500,00 e US$ 520,00, não carregaram, e agora para carregar querem renegociar os valores uma vez que as cotações bateram entre US$ 680,00 e US$ 700,00 por tonelada do branco, tipo 1, para colocar em Minas/São Paulo. A situação, em que pese ser de apenas algumas empresas, mais uma vez põe em xeque a credibilidade da lavoura arrozeira do vizinho país. E a confiança dos importadores.

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