Entidades arrozeiras lançam nota contra as importações

 Entidades arrozeiras lançam nota contra as importações

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(Por Planeta Arroz) As entidades representantes da produção e da indústria de arroz do Rio Grande do Sul lançaram uma nota nesta sexta-feira, contestando a iniciativa do governo federal de importar até um milhão de toneladas de arroz para o abastecimento das regiões Sudeste, Norte e Nordeste. O governo argumenta que com as perdas na colheita gaúcha, face ao evento climático que provocou chuvas e enchentes recordes que alcançaram boa parte das regiões produtivas, é preciso importar como medida de segurança alimentar e para evitar o desabastecimento e manter preços acessíveis à população, em especial às comunidades mais carentes e vulneráveis. Nesta sexta-feira, 10/5, o Diário Oficial da União trouxe Medida Provisória na qual o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) delega à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a execução de programa de aquisições de arroz, branco, Tipo 1, de origem internacional.

Assinam a nota a Federação das Associação de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), a Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul (Fearroz), o Sindicato das Indústrias de Arroz de Pelotas (Sindapel) e o Sindicato das Indústrias do Arroz do Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz-RS).

As entidades representativas do setor orizícola do Rio Grande do Sul, responsáveis por mais de 70% da produção de arroz do Brasil, em decorrência da situação de calamidade pública e das enchentes que atingiram inúmeros municípios asseguraram que inexiste risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor, embora reconheça que há apreensão quanto as condições de abastecimento do arroz no Brasil por conta do evento climático.

A nota sustenta, no entanto, que “84% da área cultivada foi colhida antes do início das chuvas, de modo que a projeção da safra 2023/24 atinge cerca de 7,150 milhões de toneladas, o que representa a redução de apenas 1,24% em relação ao volume produzido na safra anterior”. Informa ainda que “a possível diminuição da disponibilidade de arroz em razão das perdas de produtores afetados pelas enchentes será, inevitavelmente, compensada pelo incremento da importação e perda de competitividade do arroz brasileiro no mercado externo”.

Segundo as entidades, ” as dificuldades de escoamento da produção enfrentadas em razão da interdição de estradas estaduais e federais serão, brevemente, superadas em decorrência do empenho de todo o país e da natural reorganização das cadeias produtivas”. E prossegue: “a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul não impõe qualquer ameaça ao abastecimento de arroz à população brasileira, de modo que seguiremos (produtores rurais, cooperativas e indústrias) comprometidos com a missão de garantir a segurança alimentar do Brasil”.

A indústria também informou que desistiu de promover a importação de 75 mil toneladas de arroz da Tailândia. A decisão foi tomada a partir da edição da MP pelo governo federal. Não há segurança quanto ao volume que poderá ser adquirido por meio da Conab, e portanto, a importação privada, pelo mercado, poderia servir apenas para inflar a oferta e prejudicar o mercado interno.

Abaixo a nota em sua íntegra:

Nota à Sociedade Brasileira

As entidades representativas do setor orizícola do Rio Grande do Sul, Estado responsável por mais de 70% da produção de arroz do Brasil, por meio de seus representantes, vêm a público, haja vista a situação de calamidade pública que assola os gaúchos, em decorrência da enchentes que atingiram inúmeros municípios do Estado, informar, de plano, pelas razões abaixo, que inexiste risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor.

Verifica-se que, diante da atual conjuntura no Estado do Rio Grande do Sul, é natural que haja apreensão com relação às condições de abastecimento do arroz no Brasil, haja vista os significativos danos causados pelas chuvas torrenciais que ocorrem no Estado que concentra a produção e a industrialização do cereal no país.

Todavia, conforme dados oficiais, tem-se que 84% da área cultivada no Estado foi colhida antes do início das chuvas, de modo que a projeção da safra 2023/2024 atinge aproximadamente 7.150 mil toneladas, o que representa uma redução de cerca 1,24% em relação ao volume produzido na safra anterior.

Assim, percebe-se que a possível diminuição da disponibilidade de arroz em razão das perdas de produtores afetados pelas enchentes que assolam o Estado será, inevitavelmente, compensada pelo incremento da importação e perda de competitividade do arroz brasileiro no Mercado externo.

Cumpre referir, ainda, que as dificuldades de escoamento da produção enfrentadas em razão da interdição de estradas estaduais e federais serão, brevemente, superadas em decorrência do empenho de todo o país e da natural reorganização das cadeias produtivas.

Reforçamos, desse modo, o entendimento de que a catástrofe climática que assola o Rio Grande do Sul não impõe qualquer ameaça ao abastecimento de arroz à população brasileira, de modo que seguiremos (produtores rurais, cooperativas e indústrias) comprometidos com a missão de garantir a segurança alimentar do Brasil.

Federação das Associação de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul – Federarroz

Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul – Fearroz

Sindicato das Indústrias de Arroz de Pelotas – Sindapel

Sindicato das Indústrias do Arroz do Estado do Rio Grande do Sul – Sindarroz

 

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