Mesmo com clima adverso, arroz uruguaio obteve grande produtividade

 Mesmo com clima adverso, arroz uruguaio obteve grande produtividade

Colheita de arroz, em Treinta y Tres. Diego Battista

(Por El Observador, Uruguai) Embora o clima tenha dificultado o ciclo produtivo e a colheita do arroz, os produtores uruguaios alcançaram um dos melhores rendimentos por área da história no país, em 8.828 quilos por hectare (com 85% da safra concluída) segundo estimativa oficial divulgada na última semana, em Treinta y Tres. Os 15% restantes deverão indicar uma produtividade um pouco menor, pois foram semeados tardiamente e tiveram problemas com o excesso de chuvas nas colheitas. O presidente da Associação de Cultivadores de Arroz (ACA) do Uruguai, Alfredo Lago, avalia que o volume produtivo por hectare deverá ficar, no fechamento da colheita, entre 8,7 mil e 8,8 mil quilos. A estimativa parcial, ainda assim, aponta um dos quatro melhores rendimentos das lavouras arrozeiras charruas.

O indicador, 8.828 quilos por hectare, foi registrado quando o grão foi colhido em 85% da área plantada, que é de 148,63 mil hectares.

Na excepcional colheita da safra 2022/23 foi obtido um recorde de 9.647 quilos por hectare, considerando o que foi apresentado na oficina de arroz Treinta y Tres, quando estava 79% da área colhida, numa área que naquela safra atingiu 159.700 hectares.

Seminário de arroz em Treinta y Tres

O dado, 8.828 quilos, foi divulgado na última quinta-feira, no 20º Workshop de Avaliação da Colheita de Arroz 2023/2024 , realizado na Estação Experimental Trinta e Três do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA), instituto que cumpre 35 anos de gerenciamento.

O último relatório da Associação dos Produtores de Arroz (ACA), publicado esta semana, indicava que 97% do arroz já tinha sido colhido nos 148.629 hectares plantados, quando as obras deveriam estar concluídas, mas continuam a sofrer com atrasos, consequência de freios que foram acionados principalmente devido ao excesso de chuvas.

Colheita de arroz com contratempos

Este ano a colheita do arroz, na qual participam cerca de 500 agricultores, evoluiu com contratempos. Num cenário de bons preços, a área ia ser consideravelmente maior, acima dos 160 mil hectares, mas acabou por cair face a 2022/2023 por falta de disponibilidade de água nas barragens. Mais tarde, no outono, dias com chuva excessiva e poucos dias de sol atrasaram os trabalhos de colheita e em alguns casos extremos, em campos inundados em Rocha e Treinta y Tres, houve perdas de vários quilos por hectare.

Apesar do ajuste, a alta produtividade obtida pelos agricultores do setor com base em seus conhecimentos, investimentos e utilização de genética vegetal de ponta lhes permitirá ter um volume global estimado em 1,3 milhão de toneladas, das quais pouco mais de 50% ​​já foram vendidos em valores crescentes, dado o panorama de oferta e demanda internacional, alguns negócios chegaram a ser fechados em torno de US$ 800 por tonelada.

Se não houver retrocessos, estima-se que este ano o rendimento das exportações de arroz rondará os 750 milhões a 850 milhões de dólares e que na agricultura só será superado pela soja. Este ano o custo produtivo por hectare foi estimado, há algumas semanas, em US$ 2.111/ha.

Existe agora uma expectativa no nível do produtor sobre a próxima fixação de um preço provisório, que se estima ser superior ao preço final da safra passada: US$ 14.835 por saca de 50 quilos de grão seco e limpo. O preço decorre de uma negociação entre a ACA e as usinas consideradas no sistema de “preço de acordo”, que são Adecoagro, Casarone, Coopar e Saman.

Quase todo o arroz produzido no Uruguai é exportado, em sua maioria com valor agregado, ou seja, industrializado, mas também costuma haver embarques de grãos descascados para o exterior.

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