Aqueles quase 2%

Santa Catarina tem queda de quase 2% na safra 2023/24

Mesmo que 98% da safra tenha sido de recuperação, aqueles quase 2% farão a diferença na quase sempre estável colheita de Santa Catarina, segundo maior estado produtor de arroz do Brasil. A produção da safra 2023/24 deverá encolher 1,73%, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

A estimativa prevê também queda de 0,9% na área cultivada. Segundo Gláucia Padrão, economista da Epagri/Cepa, a queda concentra-se no Litoral Norte e no Alto Vale do Itajaí em virtude da conversão de lavouras de arroz próximas das cidades em loteamentos urbanos.

“O excesso de chuvas também impediu o replantio de algumas lavouras”, observou. A produtividade será menor em contraste com o resultado excepcional da última colheita. “Há queda, mas ao patamar de normalidade”, revelou.

Ainda, as chuvas excessivas, a baixa luminosidade, o excesso de dias nublados e a dificuldade de executar tratamentos fitossanitários, decorrentes do fenômeno El Niño, prejudicam o desenvolvimento das plantas.

“A produção estimada é de 1,245 milhão de toneladas de arroz em casca”, apontou a economista da Epagri/Cepa.
Santa Catarina demanda cerca de 1,5 milhão de toneladas, em parte suprida pelo Mercosul (Uruguai e Paraguai) e o Rio Grande do Sul.

MERCADO
Os preços do arroz mantiveram-se em ascensão desde julho de 2023 até janeiro deste ano, quando refletiu a retração das cotações gaúchas.

Em Santa Catarina, as cotações ao produtor fecharam novembro com alta de 4,3% em relação a outubro e de 7,32% na parcial da primeira quinzena de dezembro em relação a de novembro.

“O mercado chegou a alcançar patamares da pandemia por uma combinação de fatores: quebra da safra gaúcha em 2022/23 e dificuldades no desenvolvimento das lavouras em 2023/24.

Em 2022/23, o país produziu menos e os estoques caíram também pela alta demanda na exportação”, acrescentou Gláucia Padrão.

O aumento de preços foi observado em todo o mercado catarinense, em especial no Litoral Sul e Grande Florianópolis, pela forte influência gaúcha.

Mas, enquanto os preços ao produtor subiram 27,38% nos últimos seis meses de 2023, a variação no atacado foi de 12%.

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