Luz no fim do túnel
Reestruturação de carreiras detém sangria de técnicos do Irga com 10 anos de atraso
Reivindicação de quase 10 anos, a reestruturação de carreiras do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) finalmente saiu do papel. O projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa em 30 de julho e sancionado pelo governador Eduardo Leite no dia seguinte. Os valores previstos na Lei nº 16.165, porém, só entrarão em vigor em janeiro do próximo ano.
A reestruturação estabelece seis graus de promoção e três níveis para progressão em cada grau. Assim, o servidor passa a saber como se dará a sua evolução salarial no Irga nos próximos anos. Para os engenheiros agrônomos do Irga (que antes eram denominados de técnicos superiores orizícolas e agora viram especialistas orizícolas), o salário inicial passa a ser de R$ 10 mil (antes era de R$ 4.500,00), e terão direito à progressão ao concluírem Mestrado (nível II) e Doutorado (nível III).
Os assistentes administrativos, que recebiam menos que um salário mínimo, já começam agora na carreira com R$ 4.200,00. Os técnicos orizícolas, que percebiam cerca de R$ 1.900,00, vão partir agora de R$ 4.200,00 também. E os analistas administrativos (antes técnicos superiores administrativos) agora ingressam na carreira com R$ 9 mil, ao invés dos R$ 4.500,00 anteriores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Irga (SindsIrga), Michel Kelbert, o governo do RS, ao reestruturar as carreiras e incluir o Irga no pacote, reconheceu a importância da autarquia para a estrutura do Estado.
“Estamos falando de um órgão que se mostrou fundamental ao longo dos anos e que ainda pode acrescentar muito. Assim, podemos atrair pessoas mais qualificadas e manter as que já estão. Também traz dignidade para os nossos colegas do nível médio, principalmente, que ganhavam abaixo do mínimo regional e, agora, passam a contar com um salário digno e condições de prestar um serviço adequado”, explicou.
CARREIRA
Kelbert também afirmou que “passamos a ter um plano de carreira com regras. O servidor sabe agora quando vai ser promovido e, teoricamente, o salário pode dobrar até o fim da carreira. Assim, conseguimos manter o Irga vivo”.
INATIVOS
O presidente do SindsIrga lamentou, apenas, os servidores extranumerários (ativos e inativos) ficarem de fora. “Entendemos que o governo está reestruturando carreiras e não concedendo reajuste, mas esquecer os extranumerários foi desrespeito com quem ajuda e ajudou a construir a história do Irga. Antes da aprovação do projeto de lei, procuramos deputados para incluir uma emenda nesse sentido, mas o PL acabou sendo aprovado sem emendas. Seguiremos na luta para incluir quem ficou de fora”, comentou.
Questão básica
Para o presidente do Irga, Rodrigo Warlet Machado, essa reestruturação é fundamental para garantir o futuro da instituição.
“Desde que assumi a presidência do Irga, tenho trabalhado pela valorização dos nossos servidores. Entendemos a situação econômica do Estado, mas a autarquia necessitava há anos de uma reformulação nas carreiras, pois os salários estavam muito defasados. A evasão de talentos era um dos nossos maiores problemas, mas, agora, felizmente, estamos solucionando de forma definitiva”, acrescentou Machado.