Como previsto, leilões de Contratos de Opção de arroz não têm interessados
Produtores não demonstraram interesse em negociar com o governo pelos preços muito baixos
(Por Planeta Arroz) Como já era previsto pelo mercado, a oferta em leilão dos três primeiros lotes de contratos de opção de venda de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizados nesta quinta-feira (5/12), não receberam nenhum lance e foram encerrados sem que ocorresse negociação. A Conab poderá voltar a lançar o edital, mas a cadeia produtiva já alertou que os valores referenciais propostos pelo governo federal estão muito abaixo do mercado. A oferta governamental era de pouco mais de R$ 87,00 por saca para os dois estados do Sul, quando o mercado atual está entre R$ 95,00 e R$ 105,00.
Nesta quinta-feira foram ofertados três lotes, somando 4.754 contratos, e de forma exclusiva para a agricultura familiar, somando uma oferta de compra de 128,3 mil toneladas de arroz em base casca pelo governo federal, que pretende formar estoques reguladores. Os leilões ofertaram 518 contratos para Minas Gerais e Paraná, 3,3 mil para Rio Grande do Sul e Santa Catarina e 903 para Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins.
O Contrato de Opção de Venda é uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural ou à sua cooperativa o direito, mas não a obrigação, de vender seu produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado. Os lotes, tinham preços garantidos pelo governo de R$ 107,86 por saca ou R$ 48,5 mil por contrato de 27 toneladas na data de vencimento. Para Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o preço garantido era de R$ 87,62 por saca de 60 quilos ou R$ 47,3 mil por contrato de 27 toneladas.
Nesta sexta-feira (6/12), serão realizados mais três leilões e todos os produtores e cooperativas de arroz poderão participar. Serão 18.518 contratos de 27 toneladas cada. O lançamento dos contratos de opção de venda pública de arroz, segundo a Conab, é uma medida do governo para tentar estimular o plantio do cereal no país. As operações contam com cerca de R$ 1 bilhão de orçamento para a aquisição de até 500 mil toneladas de arroz longo fino em casca, tipos 1 e 2 da safra 2024/25.
No entanto, assim como a proposta de realização de leilão no início do ano, o governo federal oferta valores muito aquém do interesse dos agricultores e não gera interesse. A expectativa fica para esta sexta-feira, uma vez que a realização deste certame travou completamente os negócios no Sul do Brasil e passou a referenciar uma baixa ainda mais intensa nos preços do mercado livre.
