Arroz enfrenta queda nos preços, após ano recorde no mundo

 Arroz enfrenta queda nos preços, após ano recorde no mundo

Patrício del Villar: atenção ao Brasil

(Por Planeta Arroz) O mercado global de arroz começa 2025 com uma tendência de queda nos preços, que já estão no nível mais baixo desde abril de 2023. Segundo o relatório InfoArroz, do economista Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França, esta queda é atribuída a uma combinação de fatores: a recuperação das exportações indianas, o aumento da produção mundial e a contração da procura por parte dos principais países importadores. Esta dinâmica contrasta com o “ano dourado” vivido em 2024, quando os exportadores asiáticos atingiram níveis históricos de vendas graças à forte procura e às restrições que a Índia impôs aos seus embarques durante grande parte do ano.

Em 2024, a produção global de arroz atingiu um recorde de 811,5 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação a 2023, impulsionada por colheitas favoráveis ​​na Ásia, África e América do Norte. A Índia, em particular, consolidou a sua posição como maior produtor mundial, enquanto países como o Paquistão e os Estados Unidos registraram aumentos notáveis ​​na sua produção. Contudo, condições climáticas adversas afetaram a produção no Mercosul.

Apesar deste crescimento da oferta, o comércio mundial deu sinais de abrandamento até 2025, projetado em 56 milhões de toneladas, uma ligeira redução de 1,5% face a 2024. A queda nas importações de países-chave como a Indonésia e a China contrasta com o aumento da procura em as Filipinas, que despontam como o principal importador do grão este ano.

Os preços mundiais refletem esta incerteza. O índice OSIRIZ/InfoRice fechou dezembro de 2024 em 237,9 pontos e continuou caindo para 222 pontos em meados de janeiro de 2025. A retomada das exportações indianas, com expectativa de crescimento de 30% em 2025, pressiona concorrentes como Tailândia, Vietnã e Paquistão, que viu os seus preços caírem para manter a sua quota de mercado.

Com as reservas globais projetadas para atingir um recorde de 204,5 milhões de toneladas em 2025, os operadores de mercado estão a adotar uma postura cautelosa face à incerteza econômica global e às mudanças na dinâmica comercial.

1 Comentário

  • Parabéns aos produtores da Zona Sul do RS que optaram pela soja novamente! As poucas lavouras de arroz que vi estão muitos sujas de arroz vermelho e capim charruto… Raras as exceções vi algumas lavouras bonitas! A grande maioria está bem atrasada com possível corte na metade de abril em diante! Santa Vitória do Palmar e Santa Catarina sofre com as enchentes… Na fronteira-oeste, em Itaqui a colheita começou com números bem aquém do esperado! Acho bom a Conab, a Emater e o Irga começarem a rever suas projeções! O Uruguay passou por temporais severos nos ultimos dias e muitas lavouras acamaram… A região da fronteira-oeste e campanha já sofrem a estiagem com temperaturas de 40C… Na minha concepção qualquer tentativa de reduzir abruptamente aos produtores não é condizente com o quadro atual do ciclo produtivo… Mas como do governo e das indústrias se pode esperar tudo, que fiquemos bem atentos!!!

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