Japão se prepara para usar reservas de arroz em meio à alta dos preços

(Por Planeta Arroz) O ministro da Agricultura do Japão disse na sexta-feira que o governo planeja liberar seu estoque de arroz pela primeira vez para aliviar a escassez de distribuição, já que o preço da safra disparou desde o verão do ano passado. O governo venderá o arroz para cooperativas, como a Federação Nacional de Associações Cooperativas Agrícolas, com a condição de que o governo possa comprá-lo de volta no futuro, de acordo com o ministro da Fazenda, Taku Eto.

“Temos a obrigação de fornecer alimentos aos consumidores de forma estável”, disse Eto durante uma entrevista coletiva.

O governo planeja revisar suas diretrizes sobre estabilização dos preços do arroz após discussões em uma reunião do conselho do ministério da fazenda programada para 31 de janeiro. No final de junho, o governo tinha reservas totalizando 910.000 toneladas.

Como a lei estipula que o arroz estocado pode ser usado quando a produção da safra cai drasticamente, o Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca foi cauteloso antes em liberá-lo, mas determinou que as reservas poderiam ser usadas com a condição de que o arroz fosse recomprado.

O preço médio do arroz integral produzido em 2024 e vendido aos atacadistas pelos fornecedores atingiu 23.715 ienes por 60 quilos, um recorde desde que dados comparáveis ​​ficaram disponíveis em 1990.

Entre a população japonesa há queixas com relação ao custo altíssimo do arroz japonês, mas também se reconhece que “os produtores de arroz estão desaparecendo e é grande o número de casas vazias e campos abandonados no interior do Japão. E a baixa renda para um serviço muito duro, hoje apenas tocado por produtores de idade avançada é um grande desafio a superar”. Muitos agentes de mercado, varejistas e, também, consumidores, defendem a retirada das taxas de proteção às variedades japonesas para permitir o ingresso de arroz aromático e outras variedades a preços competitivos no país. Algumas destas variedades internacionais, atualmente, têm taxas de até 700% para serem importadas e disponibilizadas aos consumidores locais.

Atualmente, cinco quilos de arroz Gohan, o mais comum do Japão, são cotados a cerca de quatro mil ienes, ou R$ 150,00.