Safra de arroz avança para a colheita após desafios climáticos na semeadura

 Safra de arroz avança para a colheita após desafios climáticos na semeadura

(Por Larissa Mamouna, CP) A estiagem que traz prejuízos para a fase atual da lavoura gaúcha de soja não afeta do mesmo modo o momento atual de desenvolvimento do cultivo do arroz. O diretor técnico da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), André Matos, explica que o cereal, que está prestes a realizar a Abertura Oficial da Colheita, foi mais afetado pelas condições climáticas na época da semeadura, na última primavera.

“Teve muita chuva, principalmente na Zona Sul do Estado, com uma semeadura mais tardia do que o normal”, explica Matos.

Segundo o diretor da Federarroz, o normal é nos municípios desta região do Estado, como Pelotas e Santa Vitória do Palmar, que mais de 90% tivessem sido semeados até o final de outubro. “Esse ano tivemos apenas em torno 60%”, compara, acrescentando que a região Central do Rio Grande do Sul também enfrentou o excesso de chuvas justamente no momento da semeadura.

Sobre o restante das zonas produtoras de arroz gaúchas, Matos explica que o cenário foi um pouco melhor mas com significativo plantio sendo realizado também fora do momento normal da semeadura. “Agora estamos nos aproximando da colheita. Teve temperaturas baixas ao longo do ciclo, principalmente em dezembro e início de janeiro, período que é o reprodutor e não muito favorável (para a planta)”, detalhou.

O engenheiro agrônomo acrescenta que, conforme foi avançando o mês de janeiro, o clima foi melhorando para a cultura, com mais luminosidade na metade final da fase reprodutiva. “Ainda é cedo para falar em produtividade pois tem muita lavoura para encher grão, um período delicado”, antecipa, acrescentando que há um início de colheita apenas na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

Matos também adianta que o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) está aferindo os números da safra e deve confirmar na Abertura Oficial da Colheita em torno de 930/940 mil hectares plantados no Estado. O evento será realizado entre os dias 18 e 20 de fevereiro, em Capão do Leão. “É uma área que com certeza vai entregar uma produção suficiente para o abastecimento do mercado interno, sem dúvida nenhuma, com uma qualidade muito boa”, afirma Matos.

O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção do cereal no Brasil. Conforme a Federarroz, quase 200 municípios gaúchos tem sua economia centrada na lavoura do cereal. Esta edição tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho: Uma visão de futuro” e são aguardados 16 mil visitantes.

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