10º Levantamento confirma safra de arroz acima de 12,3 milhões de toneladas
(Por Conab) Com o término da colheita nos principais estados produtores do país, o cenário de aumento da produção, nesta temporada, se confirma, segundo o 10º Levantamento da Safra de Grãos, realizado pela Conab e apresentado na última semana. A estimativa atual mostra mais de 12,3 milhões de toneladas produzidas, alcançando a maior quantidade das últimas oito safras, de acordo com a série histórica da Conab.
No geral, quando houve a obtenção de altas produtividades, foram favorecidas por boas condições climáticas dentro do ciclo produtivo, assim como maioria do cultivo dentro da janela ideal de plantio, além do uso de pacote tecnológico empregado para melhorar o potencial produtivo das lavouras, com consequente aumento de áreas em quase todas as regiões do país, incentivados ainda pelas cotações do produto no momento do plantio, além do fomento à produção do cereal.
Na Região Sul, houve períodos de sol intenso que foram benéficos para a evolução vegetativa das lavouras, apesar de ocorrerem também grande amplitude térmica nas áreas de plantio e, em algumas regiões, marcou a ocorrência de chuvas com muita variação no volume e intensidade, apresentando até situações de alta nebulosidade, afetando a qualidade de algumas áreas de lavouras.
No Centro-Oeste, deficiências hídricas pontuais, no final do verão, prejudicaram as lavouras menos tecnificadas, enquanto as precipitações subsequentes reduziram, parcialmente, a qualidade de plantios tardios.
A estimativa apresenta um incremento de área, tanto no cultivo do arroz de sequeiro quanto sob irrigação, sendo a área de arroz irrigado estimada em 1.353,3 mil hectares, com aumento de 5,6% se comparada a safra anterior.
Quanto ao arroz de sequeiro, há uma importante estimativa de incremento de área em 21,3% em relação à safra 2023/24, de 394,1 mil hectares
- ÁREA 1.747,4 mil ha +8,8%
- PRODUTIVIDADE 7.052 kg/ha +7,1%
- PRODUÇÃO 12.323,2 mil t +16,5%
*Comparativo com safra anterior.
Fonte: Conab.
ANÁLISE POR ESTADO
Rio Grande do Sul: restava ser colhid0 menos de 1% da área cultivada com a cultura da safra 2024/25, e a operação foi concluída ainda na primeira semana de junho. A produtividade das últimas lavouras colhidas foi baixa em razão do desenvolvimento da cultura no campo ter ocorrido em período não adequado, mas a estimativa da produtividade média final da cultura permanece em níveis muito satisfatórios. Os produtores aguardam a redução das chuvas para retomar os trabalhos de sistematização, visando a safra 2025/26.
Santa Catarina: o bom desempenho da atual safra colhida foi resultado da combinação entre condições climáticas favoráveis, uso de cultivares de alto potencial produtivo, investimentos em tecnologia e melhorias nas práticas de manejo, confirmando uma tendência positiva observada nos últimos anos, enquanto que a qualidade do produto se manteve dentro dos padrões normais para a industrialização, resultado da estabilidade climática ocorrida ao longo do ciclo, principalmente no período de maturação.
Tocantins: com chuvas regulares, que favoreceram a realização dos tratos culturais e manutenção da cultura, encerra-se o ciclo produtivo, onde o plantio da segunda safra se deu em sucessão à colheita da soja em áreas sistematizadas e com irrigação por gravidade.
Mato Grosso: a colheita do arroz de primeira e segunda safras terminou apresentando rendimento ligeiramente superior ao estimado na safra passada. Ademais, observou-se incremento de área acima do esperado em municípios mais distantes, nas fronteiras agrícolas, perfazendo na atualização e novo aumento da área estadual da cultura. Nas áreas de arroz de sequeiro segunda safra, o grande volume de chuvas em abril reduziu a qualidade dos grãos de alguns lotes colhidos, no entanto, o saldo final da
safra apontou qualidade dentro da tolerância comercial.
Maranhão: as áreas de arroz de sequeiro (primeira safra), encontram-se completamente colhidas. Nesta safra, houve um aumento das áreas de cultivo com uso de cultivares de arroz irrigado melhoradas, em área planas onde ocorre inundação natural dos campos por águas das chuvas, sem controle de irrigação, em razão dos bons preços do produto.
Também foi possível observar um aumento da produtividade desse grão devido à expansão dessas áreas de cultivo e elevado potencial produtivo, maior investimento para implantação da cultura e condições climáticas favoráveis. Em áreas de cultivo das regiões centro, leste e sul houve perda de
produtividade devido à escassez de chuvas durante o ciclo da cultura, assim como a ocorrência de pragas, como percevejo e pulgão, que resultaram em perdas na produtividade das regiões do leste e norte, principalmente.