Indicador Cepea do arroz em casca no RS chega aos 20 anos de história

 Indicador Cepea do arroz em casca no RS chega aos 20 anos de história

(Por Cepea) Há duas décadas, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, passava a acompanhar o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional, e a calcular os valores médios de negociação do estado. Seis meses depois (em janeiro de 2006), o Cepea lançou à sociedade o que tem sido a principal referência para negócios no mercado doméstico.

Ao longo de sua história, o Indicador já teve a então BM&F (atual B3), via Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), e o Senar-RS como parceiros e, desde fevereiro de 2022, conta com o Irga-RS (Instituto Rio Grandense do Arroz) como apoiador institucional. Independentemente do parceiro, os mesmos procedimentos metodológicos têm sido mantidos para o cálculo do Indicador, assegurando sua ampla aceitação por parte dos agentes do setor orizicultor nacional.

É importante citar a aplicação prática das informações relacionadas à cadeia produtiva do arroz, especialmente por meio do cálculo de preço médio. De imediato, quanto maior o número de informações divulgadas de uma cadeia produtiva, menor a assimetria de informações entre os agentes de mercado. No caso do preço, todo final de dia, os agentes saberão qual foi o valor médio das negociações naquela data, o que claramente vai colaborar na definição quanto à necessidade de ajustes nos valores de ofertas de compra e de venda para o dia seguinte. O preço médio do dia anterior torna-se uma referência a partir da qual se formam as novas cotações na abertura do mercado.

O Indicador Cepea/Irga-RS do arroz é calculado com base em valores médios regionais, ponderado pelo beneficiamento do produto no ano anterior. Estas informações, regionalizadas, claramente podem embasar e enriquecer as análises e tomadas de decisão dos diferentes agentes da cadeia produtiva, permitindo verificar comportamentos característicos de cada região e como se comportam em relação à média do estado. Nos anos mais recentes, foram expressivas as divergências observadas entre as praças em relação à média, refletida no Indicador Cepea/Irga-RS.

Outro aspecto importante se refere, do ponto de vista de compradores e vendedores de arroz, à avaliação da rentabilidade da atividade, assim como da sazonalidade e identificação de períodos mais propícios para a realização de negócios. Para as entidades representativas do setor, o acompanhamento da evolução dos preços possibilita a avaliação de demanda para órgãos públicos e de pesquisa, que visem a sustentabilidade da atividade.

METODOLOGIA

O Indicador Cepea/Irga-RS refere-se ao arroz em casca com rendimento de 58% de grãos inteiros e 10% de grãos quebrados (renda de 68%), para produção de arroz branco tipo 1. São considerados relatos de negócios feitos por produtores rurais, indústrias/engenhos de beneficiamento, cooperativas, secadores e corretores de seis regiões do Rio Grande do Sul. Os valores são submetidos a tratamento estatístico e, posteriormente, as médias de cada região são ponderadas pelos respectivos volumes de beneficiamento no ano anterior.

O Cepea acompanha, ainda, preços de arroz tipo 1 com outros rendimentos, permitindo também a comparação de comportamentos com o Indicador. São divulgados preços de arroz com rendimentos entre 50% e 57%, de 59% a 62% e de 63% a 65% de grãos inteiros.

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