Mercado do arroz registra oscilações regionais e queda no indicador Cepea/Irga
(Por Planeta Arroz, com Cepea) Os preços do arroz em casca apresentaram comportamentos distintos entre as regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) na semana passada. Enquanto algumas praças registraram alta, impulsionadas pela demanda de varejistas e atacadistas em busca de recomposição de estoques, outras observaram estabilidade ou queda, diante de uma oferta superior à procura.
Apesar da diferença nos movimentos regionais, analistas do setor destacam uma postura cautelosa por parte dos vendedores, que seguem restringindo a oferta à espera de cotações mais atrativas. Há ainda a expectativa de possíveis intervenções governamentais por meio da compra de arroz, mas agentes de mercado ponderam que medidas desse tipo tendem a surtir efeito apenas no médio prazo.
No curto prazo, o que poderia ter impacto mais imediato seriam os embarques para exportação. Contudo, a recente queda na taxa de câmbio limitou novos negócios com o mercado externo e também reduziu a liquidez no mercado doméstico.
Entre os dias 1º e 8 de agosto, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (base 58% de grãos inteiros, pagamento à vista) apresentou retração de 0,8%, fechando a R$ 68,86 por saca de 50 quilos na última sexta-feira (8).
Dentre as microrregiões acompanhadas, a Fronteira Oeste registrou o recuo mais expressivo no período, com queda de 1,98% e média de R$ 68,42/sc. Também apresentaram desvalorização as regiões da Depressão Central (-1,58%, a R$ 66,64/sc), Campanha (-0,74%, a R$ 67,53/sc), Planície Costeira Externa (-0,22%, a R$ 69,14/sc) e Zona Sul (-0,08%, a R$ 70,24/sc).
Na contramão, a Planície Costeira Interna foi a única a registrar valorização, com avanço de 0,8% e cotação média de R$ 70,73/sc.
Rendimentos
O Cepea também divulgou os dados por faixas de rendimento dos grãos. O arroz com 50% a 57% de grãos inteiros teve alta de 0,37%, encerrando o período cotado a R$ 66,90/sc. Já o produto com 63% a 65% de inteiros subiu 0,42%, chegando a R$ 69,67/sc. Por outro lado, o arroz com rendimento entre 59% e 62% registrou queda de 0,37%, fechando a R$ 69,33/sc.
Com o cenário ainda volátil e sujeito à influência de fatores externos como o câmbio e a demanda internacional, agentes do setor permanecem atentos aos desdobramentos que possam influenciar os preços nas próximas semanas.
As negociações envolvendo o arroz em casca mantiveram ritmo lento no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 13. A postura dos vendedores foi dividida: enquanto parte dos ofertantes optou por limitar a disponibilidade do produto, na expectativa de valorização nos próximos dias, outros decidiram ampliar pontualmente a oferta, com o objetivo de gerar caixa para a compra de insumos destinados ao plantio da próxima safra.
Do lado da demanda, compradores seguiram cautelosos, refletindo a oferta ainda restrita em grande parte das microrregiões gaúchas. Nesse cenário, a preferência recaiu sobre o arroz já estocado nas indústrias, com menor interesse por lotes externos.
Com o mercado em compasso de espera, o Indicador CEPEA/IRGA-RS — que considera pagamento à vista e 58% de grãos inteiros — encerrou o dia praticamente estável, cotado a R$ 68,64 por saca de 50 kg, variação negativa de apenas 0,03% em relação ao dia anterior, mas acumulando no mês um decréscimo de 1,07%. Com base na cotação do dólar desta quarta-feira, o valor em reais equivale a US$ 12,70.
1 Comentário
É isso ai que teremos para esse ano! E se não plantarmos menos no ano que vem vamos vende por R$ 50 o saco! É triste, mas é fato! Lamento bater tanto nessa tecla… Nos próximos três anos o mercado de arroz será isso dai… Empacado… De preços vil que mal cobrirão os custos de produção! Não adianta prorrogar dívidas ou “queimar as gorduras” para seguir na atividade! Melhor é reduzir área, saldar as contas e fazer rotação de culturas! Ou até mesmo mudar de atividade…