Cresce a dependência do México pelo arroz importado
(Por Mário Vázquez Sandoval, El Dictamen) Os produtores de arroz no México estão profundamente preocupados com o fenômeno que vem ocorrendo nos últimos meses: enquanto os custos de produção aumentaram, os preços do arroz caíram, incentivando o crescimento das importações da Ásia, com a consequente perda de empregos nas áreas rurais e em outras partes da cadeia de valor.
A declaração foi feita pelo engenheiro Pedro Alejandro Díaz Hartz, presidente nacional do Conselho de Produtores de Arroz, que lamenta a situação atual na região arrozeira de Veracruz, especialmente nos municípios de Tlalixcoyan e Tierra Blanca, reconhecidos como importantes fornecedores deste produto alimentício há décadas.
Para ilustrar melhor a situação em relação às diferenças de preços, ele explicou que enquanto a variedade “Filipino Miracle”, a variedade mais comum usada nos trópicos, é vendida por entre US$ 22 e US$ 30 o quilo, a semente do tipo “American” tem preço entre US$ 14 e US$ 15, uma diferença significativa que forçará os produtores locais de arroz a optarem pelo que proporciona o maior rendimento.
Eles precisam de suporte
A produção de alimentos básicos requer apoio oficial nos termos estabelecidos em outros países, pois cumpre uma função socioeconômica, garantindo lucros justos para quem cultiva a terra. Por isso, o líder dos produtores de arroz do país está preparando uma reunião com o Julio Berdegué Sacristán, chefe do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e com a governadora Rocío Nahle García, para encontrarmos, em conjunto, a melhor solução para o problema.
O objetivo fundamental da reunião com as autoridades descritas é implementar programas relacionados ao desenvolvimento agrícola. Do discurso à prática, ouvindo quem trabalha a terra e se dedica há muitos anos a produzir e gerar empregos no campo.
Durante a entrevista, Díaz Hartz observou um progresso modesto na mudança da semente “Filipino Miracle”, sempre usada no México por suas características espessas, duras e quebradiças. O plano é migrar gradualmente para a variedade “Americana”, que tem uma aparência mais fina e mantém suas características originais até chegar às prateleiras, pronta para o consumo final.
É aqui que vem o melhor desempenho.
Felizmente, existem culturas com as vantagens mencionadas na região de Veracruz. Um exemplo próximo é a Bacia de Papaloapan, como Cosamaloapan e Otatitlán, para citar algumas, que já incorporaram essa nova tendência. No entanto, é necessário apoio governamental para estender os enormes benefícios à região de Texistepec, que possui um potencial extraordinário, traduzido em milhares de hectares de excelentes condições naturais.
O México importa anualmente cerca de um milhão de toneladas de arroz, preferencialmente em casca,e tem como principais fornecedores os Estados Unidos (mais de 75%), o Uruguai, o Paraguai e o Brasil, além da Tailândia e Vietnã. Embora tenha exportado cerca de 350 mil toneladas de arroz para o território mexicano há três anos, durante a pandemia, o Brasil perdeu o protagonismo neste mercado com a volta das boas safras norte-americanas.


