Arroz catarinense: plantio segue em meio às incertezas da cadeia produtiva
(Por Expresio) Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, indústrias e produtores enfrentam cenário de estoques cheios, preços abaixo do ideal e risco de prejuízos generalizados. Expectativa de recuperação só a partir de 2027. O plantio da safra de arroz 2025/2026 já começou em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os dois principais estados produtores do grão no Brasil. No entanto, os primeiros meses deste novo ciclo ocorrem sob forte apreensão em toda a cadeia produtiva. Com estoques elevados, retração nas exportações, mudança nos hábitos alimentares da população e preços abaixo do custo de produção, a previsão é de mais um ano com dificuldades, tanto para os produtores quanto para as indústrias do setor.
Segundo dados da Epagri/Cepa, Santa Catarina terá uma área plantada de 143,4 mil hectares, o que representa uma redução de 1,30% em relação à safra anterior. A produção projetada também deve cair, chegando a 1,2 milhão de toneladas, uma queda de 6,14%. Para o engenheiro agrônomo Douglas George de Oliveira, coordenador estadual do Programa de Grãos da Epagri, o cenário reflete não apenas fatores climáticos e estruturais, mas também uma dificuldade crescente dos produtores em manter seus investimentos.
“Temos quase 2 mil hectares de perda. A redução não é alarmante, pois segue uma supersafra, mas o que preocupa é a menor capitalização dos produtores. Com a remuneração mais baixa, há menos investimento e isso impacta diretamente a produtividade”, explica Oliveira.
No município de Nova Veneza (SC), o produtor Claudionir Roman ilustra o dilema de milhares de agricultores da região. Com 120 hectares plantados e expectativa de colher entre 20 e 22 mil sacas, Roman relata que os preços atuais não cobrem os custos de produção. “Todo mundo está arriscando. Só que essa arriscada pode ser fatal lá na frente. Ninguém vê uma luz no fim de tudo. Esperamos que a situação melhore ou se mantenha, pois estamos sem esperança de conseguir pagar as contas. Vamos tentar nos equilibrar, mas sabemos que muitos vão ficar para trás. Se o preço não reagir, vem a quebradeira. Por isso, alguém tem que tomar alguma atitude”, desabafa.
A saca de arroz de 50 kg, que chegou a ser vendida a R$ 92 em fevereiro deste ano, hoje é comercializada a R$ 51. O preço ideal seria de R$ 75, no mínimo, para cobrir os custos básicos da produção.



1 Comentário
Tem que reduzir 20% de area esse ano… E colocar uns boizinho no pasto viste!!! Unica chance de valer $ 75 ano que vem!!!