Abiarroz atua em defesa do arroz brasileiro

(Por Leandro Mariani Mittmann, Correio do Povo) Aumentar o consumo interno de arroz por meio uma ampla campanha nacional, ampliar as exportações do produto e buscar mecanismos para a redução dos custos de produção do cereal, como, por exemplo, via reforma tributária, são algumas das principais causas da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).

Andressa Silva, diretora-executiva da instituição fundada em 2009 e mantida por 63 indústrias do cereal, 43 das quais sediadas no Rio Grande do Sul, além dos estados de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Piauí, detalhou as iniciativas da entidade em visita ao jornal Correio do Povo, onde foi recebida pelo diretor-presidente, Marcelo Dantas, e pelo diretor-comercial, João Müller.

Com o consumo doméstico do cereal estagnado em 10,5 milhões de toneladas há cinco anos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Abiarroz lançou há poucos dias a campanha “Arroz Combina”, cujo objetivo é promover o consumo do produto ao destacar a qualidade do alimento gerado nas lavouras brasileiras.

A iniciativa terá até o reforço de influencers da área de gastronomia para propagar as qualidades nutricionais do arroz. A campanha também busca combater fake news, como a que o arroz provoca a obesidade. “Os países asiáticos têm uma cultura milenar com do arroz e não têm problemas com obesidade”, argumentou Andressa.
Conforme ela, uma pesquisa encomendada pela instituição apurou que o consumo doméstico de 34 quilos de arroz per capita por ano tem uma tendência de crescimento discreta de apenas 0,2% ao ano. “Quase uma estabilidade”, avaliou. E a mesma consulta apurou que 50% dos entrevistados responderam que comeriam mais arroz se tivessem mais conhecimento sobre seus benefícios.

Ou seja, explicou Andressa, cabe ao setor, à Abiarroz, fazer o “dever de casa” de comunicar melhor e divulgar melhor as vantagens do cereal. A proposta da campanha Arroz Combina é que seja longeva, não apenas por um tempo determinado.

Pelas exportações

Andressa destaca que entre as demais medidas estruturantes a que a Abiarroz se dedica está promover as exportações de excedentes da produção brasileira. Afinal, quando a entidade foi criada a ideia era transformar o Brasil numa “plataforma exportadora de arroz”, definiu.

“Na época se entendeu que a exportação seria um meio interessante de se garantir a sustentabilidade da cadeia”, revelou. Inclusive a Abiarroz trabalhou pela abertura de mercados como Peru, México e Colômbia.

Até porque o Brasil é historicamente autossuficiente na geração do cereal para o consumo interno e ainda recebe o excedente de Paraguai, Uruguai e Argentina, que produzem mas não consomem o cereal. “73% da produção do Paraguai vem para o Brasil”, afirmou a executiva.

Custos menores

Além disso, entre as demais ações estruturantes, a Abiarroz defende a redução dos custos de produção da cadeia via reforma tributária. Afinal, exemplifica Andressa, o arroz dos países do Mercosul chega aos mercados de Minas Gerais, de São Paulo e de estados do Nordeste mais competitivos economicamente que o arroz gerado nas lavouras gaúchas. “Então, isso compromete a estabilidade da cadeia”, lamentou a dirigente.

“Colocar um arroz brasileiro no Nordeste é mais caro que vir de fora”, revelou Andressa.