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Mobilização: arrozeiros foram a Brasília cobrar ajuda do Governo

Nem tratoraço deu jeito na crise do arroz.

A crise de mercado que atinge a cadeia brasileira do arroz não tem prazo para acabar. Até o momento, o setor considera as ações do Governo Federal paliativos que mereceram nota 3 da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O ministro Roberto Rodrigues afirma que o Governo está sensível aos problemas da agricultura, mas que faltam recursos para atender todas as demandas. 

Nem mesmo a presença, em Brasília, de 20 mil agricultores, no tratoraço, apressou o atendimento das demandas. “As primeiras medidas foram efetivadas um mês depois”, frisou o vice-presidente da CNA, Carlos Sperotto. Para o presidente do Irga, Pery Sperotto Coelho, é importante agora salvar a colheita e evitar danos maiores à próxima. “O setor está no vermelho. Paga R$ 30,00 para produzir um saco de arroz e recebe R$ 20,00 quando vende”, frisa. 

A crise da orizicultura causou prejuízos à economia da metade sul gaúcha. Há municípios em que a atividade representa 80% do PIB. O nível de emprego caiu muito. O RS é o único estado brasileiro que acumula queda na atividade industrial nos últimos meses. Nem os leilões de opções, para comprar 1,5 milhão de toneladas, recuperaram preços. 

“O mecanismo chegou com atraso e valores aquém da necessidade”, sentencia o presidente da Federarroz, Valter José Pötter. A rolagem das dívidas de custeio foi aprovada apenas para Centro-oeste e Bahia. “Nenhum dos problemas que afetam a lavoura tem origem dentro da porteira”, frisa Pötter. Segundo ele, é difícil convencer os produtores que protestam contra o arroz do Mercosul de que há boa vontade do Governo em resolver os problemas e buscar uma equalização para o mercado. “Para isso é preciso reduzir impostos, restringir o ingresso de arroz do Mercosul, apressar os leilões de contratos de opção – negociar volumes maiores com um limite de 10 contratos por produtor – rolar a dívida de custeio e criar incentivos ou isenções da pesada carga tributária brasileira para a exportação de arroz”, resume o presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong. 

 

Razões da crise

1. Auto-suficiência brasileira com quase 26 milhões de toneladas colhidas em duas safras e entrada de quase dois milhões de toneladas de arroz do Mercosul 

2. Alto estoque de passagem (1,5 milhão de toneladas em 2004/2005) com 1,1 milhão de
toneladas importado 

3. Falta de mecanismos de comercialização eficientes e na hora certa para equilibrar o fluxo de oferta/demanda 

4. Concentração de 80% das exportações do Mercosul para o Brasil 

5. Falta de mecanismos para restringir importação do Mercosul 

6. Vantagens competitivas do Mercosul – menos tributos, custo de produção e subsídios para
exportação de arroz beneficiado e isenção de PIS/Cofins para entrar no Brasil (9,25%) 

7. Resíduo de importações de terceiros países em 2003/2004 

8. Câmbio desfavorável

9. Alto custo nacional de produção 

10. Baixo volume de exportação 

11. Morosidade governamental para adotar ações que minimizem os prejuízos

Fonte: cadeia produtiva do arroz 

 

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