A MARCA da tecnologia

 A MARCA da tecnologia

Projeto Marca é sinônimo de excelência em produção de arroz

20% mais produção, 30% menos custos.

A Embrapa Clima Temperado está comemorando os bons resultados da primeira safra de arroz produzida com as orientações do projeto Marca. As regras para o Manejo Racional do Arroz (Marca) foram implantadas na safra 2004/2005 por seis produtores gaúchos que conseguiram aumento de produtividade com redução de custos de produção. Segundo o agrônomo José Alberto Petrini, pesquisador da Embrapa, o primeiro ano do projeto atingiu as expectativas, mostrando que a lavoura de arroz do Rio Grande do Sul pode se tornar mais eficiente, competitiva e rentável. 

Na safra 2004/2005, 110 hectares de arroz foram trabalhados com o Marca, colocando no campo técnicas de manejo aplicadas de modo racional e que não comprometem a qualidade ambiental. Os resultados mais significativos foram verificados na produtividade, 20% superior à média estadual, e nos custos de produção, 30% abaixo da média. 

Esse desempenho está relacionado com a redução de 20% na densidade de semeadura, menor uso de produtos químicos, economia de recursos hídricos e boa produtividade. Em uma área comercial, na Estância Guatambu (Dom Pedrito-RS), o Marca atingiu a média de 9.940 quilos/hectare de arroz. 

A média dos custos de produção do saco de arroz (50 quilos) com o projeto Marca foi de R$ 21,00, com produtividade média de 7,3 mil quilos/hectare. No RS, o custo médio de produção foi de R$ 30,00, segundo o Irga. Produtividade de 6,1 mil quilos/hectare.

Questão básica
Para a safra 2005/2006, o projeto Marca será trabalhado por nove produtores das cidades gaúchas de Santa Vitória do Palmar, Jaguarão, Pelotas, Osório, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Alegrete, Itaqui e Cachoeira do Sul. Cada lavoura terá entre 10 e 20 hectares e a área total chegará a 150 hectares. Na safra 2004/2005, o projeto foi desenvolvido em cinco propriedades do Rio Grande do Sul: Estação Experimental Terras Baixas/Embrapa Clima Temperado e na Granja da Várzea (Pelotas), Granja Bretanhas (Jaguarão) e fazendas Guatambu e Tulipa (Dom Pedrito). “O objetivo é aumentar a produtividade de grãos no mínimo 20% acima da média do Rio Grande do Sul”, destaca José Alberto Petrini.

Os eixos do projeto Marca 

Estruturação da área da lavoura 

– Orientações para a sistematização da superfície do solo, facilitando o manejo da água. Uniformidade na altura da lâmina de água é um dos fundamentos básicos da lavoura de arroz, assim como as definições de estradas e canais de irrigação. 

Preparo prévio da área 

– Recomendação para preparar a lavoura antecipadamente, de preferência no verão anterior à implantação da lavoura. O objetivo é viabilizar a utilização do plantio direto ou cultivo mínimo na época de semeadura adequada. As taipas, de base larga, também devem ser demarcadas e construídas pre-viamente. 

Época de semeadura 

– O plantio deve ser feito de modo que a diferenciação da panícula (DP) ocorra, no máximo, até 1º de janeiro. Com base no zoneamento agroecológico para as diferentes regiões orizícolas do Rio Grande do Sul, foram estabelecidos oito grandes faixas de épocas de semeadura, sendo quatro para cultivares de ciclo médio e quatro para cultivares de ciclo precoce. Para as cultivares de ciclo médio, a semeadura deverá ser realizada de 21 de setembro a 20 de novembro nas regiões mais quentes e de 21 de outubro a 20 de novembro nas regiões mais frias. Para as cultivares de ciclo precoce, o período varia de 11 de outubro a 10 de dezembro nas regiões quentes e de 1º a 30 de novembro nas regiões frias. 

Densidade de semeadura 

– A quantidade de sementes deverá possibilitar um estande de 200 a 300 plantas por metro quadrado com cobertura uniforme da área. Para isto, o volume de sementes a ser utilizada pelo produtor será de 120 a 150 quilos para cada hectare, dependendo da porcentagem de germinação das sementes. 

Adubação 

– Recomenda-se a aplicação de fertilizantes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), de acordo com os resultados de análise do solo. O nitrogênio em cobertura deverá ser parcelado: uma quando a planta estiver no estágio de quatro a cinco folhas (início do perfilhamento), aplicado em solo seco. A submersão do solo deverá ser feita até 72 horas depois. A outra aplicação de nitrogênio deverá ser feita na época da diferenciação da panícula, sobre lâmina de água não circulante. Quando a dose de nitrogênio recomendada for igual ou inferior a 50 quilos por hectare, a adubação em cobertura deverá ser realizada na diferenciação da panícula. As doses de fósforo e potássio deverão ser aplicadas em pré-plantio incorporado ou em linha na semeadora. 

Controle de plantas daninhas 

– A orientação aos produtores é para aplicação de produtos com maior poder residual em pré-emergência e produtos em pós-emergência conforme a recomendação técnica que possibilitem um controle efetivo das plantas daninhas. Aplicar somente agrotóxicos registrados e reduzir em 20% a dose recomendada. 

Manejo da água 

– Manter uma altura de lâmina de água na lavoura de aproximadamente 10 centímetros. Em regiões com problema de frio, na microsporogê-nese (fase de emborrachamento – 55 a 65 dias após a emergência do arroz) elevar a lâmina de água para um mínimo de 15 centímetros por 15 a 20 dias. A entrada de água na lavoura deve ocorrer até 30 dias após a emergência das plântulas (estágios V4 e V5). Evitar ou minimizar o resíduo de pesticidas e nutrientes na água de drenagem. Não drenar a lavoura de arroz antes dos 30 dias após a aplicação de agrotóxicos. O término da irrigação, ou a supressão do fornecimento de água à lavoura, deverá ocorrer a partir do 10º dia após as plantas vencerem 80% do estágio de floração. O procedimento reduz a quantidade de água utilizada e facilita a colheita, evitando a degradação do solo. 

Diferenciação da panícula 

– O produtor deve identificar o estágio de diferenciação da panícula para efetuar a adubação de cobertura, pois esta é a fase indicada para a aplicação desse insumo.

Colheita 

– A colheita deve ser feita tão cedo quanto possível, após a maturação fisiológica, com umidade do grão variando entre 18% e 23%. Entre as grandes lavouras da safra de verão, o cultivo de arroz é o que apresenta maiores perdas, chegando a 22% do total da produção. Cultivares com maior suscetibilidade ao trincamento de grão em pré-colheita deverão ser colhidas prioritariamente, não deixando atingir umidade do grão abaixo de 18%.

Secagem
– A secagem dos grãos deverá ser iniciada tão logo se realize a colheita ou, no máximo, até 24 horas após. Entretanto, se isso não for possível, é importante pré-limpar, aerar ou pré-secar o arroz, mantendo-o sob aeração constante até a secagem completa. Também é importante não deixar os grãos úmidos na moega, sem aeração. O rendimento de grãos deve ser monitorado constantemente, verificando a eficácia dos métodos de controle do trincamento.

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