A visão do agricultor sobre a atividade arrozeira

 A visão do agricultor sobre a atividade arrozeira

Fátima Marchezan: sobram motivos para seguir plantando, apesar da crise

Autoria: Fátima Marchezan – presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete.

Muitas pessoas nos questionam por que não paramos se estamos sempre em crise…

Não paramos por alguns motivos como os que seguem:

Porque temos contratos de arrendamento, alguns com até 15 anos de vigência e contratos de financiamentos para investimentos nos bancos, também com prazos longos. Alguns desses SIM(!) foram para modernizar a frota e evitar prejuízos e mais perdas nas lavouras, causados por máquina obsoletas e com deficiências de regulagem.

Não paramos porque temos funcionários que trabalharam a vida inteira em lavoura e não sabem outro ofício para sustentarem suas famílias.

SIM(!) andamos em camionetes 4×4 por que é impossível tocar o negócio distante às vezes 70 quilômetros viajando por estradas em péssimo estado de conservação e ainda por cima, tendo que carregar motor, bomba d’água, pneus de trator, sacos de ração, insumos…

Se alguém sabe como fazer isso com um carro de passageiros, nos ensinem, por favor.

Tínhamos que PARAR GERAL DE PLANTAR ARROZ POR UM ANO!!!

Queria ver a correria e boa vontade dos nossos governantes e políticos para nos darem condições justas e equiparadas para produzir esse alimento tão saudável e sem glúten.

Assim, talvez, opiniões como essa possam ser revistas: opiniões de quem observa da porteira para fora e que são totalmente alienadas da verdade diária de quem ainda tem a coragem de produzir nesse país e gera emprego e renda para familiares de pessoas com esse tipo de pensamento.

Produzimos alimentos para quem sabe reclamar e criticar, mas não sabe produzir uma lavoura de grãos ou tocar uma boiada. Muitos sequer plantam um pé de alface, mas se arvoram a criticar quem está no sol a sol da lida no meio rural.

Me pergunto: será que as pessoas que fazem esse tipo de crítica sobre as máquinas, estão usando um antigo telefone celular Nokia para navegar na internet ou um moderno Samsung ou IPad?

4 Comentários

  • Muita boa reflexom. E asin mesmo. Plantava 500 has i quebrei.

  • É importante respeitar todas opiniões sobre o tema salientado sobre esse importante segmento da economia Riograndense. No entanto, como tenho publicado por quase 30 anos, críticas e sugestões para a resolução dos problemas financeiros do setor, penso convém apontar formas de mudar o quadro de crise do arroz, já que para tudo há solução. Pesquisa rápida no Google pode ser encontrada as críticas e soluções que já fiz sobre o arrendamento, a monocultura, o alto valor imobilizado e aspectos relacionados à comercialização e o consumo do arroz. Não tenho dúvidas que podemos tornar viável esse setor alterando paradigmas arraigados e que traria renda para os produtores, para as regiões arrozeiras e para a economia brasileira.

  • Me desculpem, mas o título do artigo deveria ser ‘A visão de UM ou UMA agricultor(a) sobre a atividade arrozeira’, pois ela não reflete a opinião de todos os arrozeiros. No meu caso concordo com alguns tópicos e discordo profundamente com outros na maior parte do escrito.

  • O fato também q o arrozeiro gosta de plantar arroz, mas quem tem condições deveria estudar uma maneira de plantar soja irrigada, ainda mais se for ano de seca, pode faltar água pro arroz.O arroz sabemos q não remunera ninguém q dependa de terras arrendada, pq paga-se muito pelos arrendamento.

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