Abaixo da meta

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Repeteco: Brasil fechou dois anos com a balança comercial do arroz negativa

Brasil terminou 2017
exportando pouco,
mas podia ser bem pior.

Os números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) no início de janeiro de 2018 confirmaram o que toda a cadeia produtiva brasileira do arroz já sabia: a balança comercial do grão terminou 2017 em déficit.

De janeiro a dezembro de 2017, o ano civil, o Brasil importou 1,141 milhão de toneladas enquanto exportou apenas 870.268 toneladas em base casca. O déficit foi de 271,2 mil toneladas, segundo dados oficiais. Não dá pra reclamar. Dadas as condições de preços e alta competitividade do arroz do Mercosul no país, o desequilíbrio podia ser maior.

Ainda assim, este foi o pior desempenho das vendas externas brasileiras em cinco anos. Ao mesmo tempo, os últimos 12 meses registraram a maior concentração de compras do Brasil nestes mesmos cinco anos. Os indicadores poderiam ser piores não fosse o desempenho superavitário de dezembro, quando a cadeia produtiva brasileira embarcou 65,6 mil toneladas e importou 49,5 mil toneladas em base casca.

A baixa oferta do Paraguai e os preços praticados pelos demais mercados restringiram os ingressos do grão no mercado doméstico, e as baixas cotações praticadas internamente permitiram que os contratos fechados ao longo de outubro e novembro se consolidassem.
Senegal (166.657 toneladas), Serra Leoa (115.931), Peru (113.895), Gâmbia (96.014) e Nicarágua (76.216) são os cinco maiores clientes do Brasil de uma lista de 61 países que importaram o arroz nacional. Em contrapartida, indústrias, atacado e varejo brasileiro importaram o grão de 20 países.

O Paraguai é o principal fornecedor, com 638,2 mil toneladas no ano. O volume, segundo estatísticas daquele país, aproxima-se de 70% da produção. As vendas se concentram em São Paulo e Minas Gerais, mas há negócios com outras unidades federativas.

O Uruguai é o segundo maior fornecedor de arroz para o Brasil, com 303,1 mil toneladas, seguido pela Argentina, com 151,2 mil toneladas. As vendas do Paraguai equivalem a mais de seis vezes os envios argentinos para o Brasil e mais do que o dobro do Uruguai. Com 20 mil toneladas cada um, Suriname e Guiana consolidaram-se entre os cinco grandes fornecedores.
Os demais exportadores concentram a venda de tipos especiais de arrozes, como coloridos, aromáticos, para culinárias étnicas e/ou alta gastronomia. Dentre estes, merece registro o arbóreo italiano, e outras variedades do país europeu, que bateram na casa de 7,3 mil toneladas enviadas ao território brasileiro em 2017.

Com o anúncio de mecanismos de comercialização que visam o escoamento de mais de 1 milhão de toneladas de arroz para outros países nesta temporada, o Brasil poderá ter uma balança comercial positiva, mas não tanto. Ao mesmo tempo que a intervenção do governo deve manter os preços mais altos ao produtor, torna-se atrativa ao Mercosul.

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