Abaixo do mau tempo

O arrozeiro não tem sossego. De pois de três anos enfrentando estiagens, agora é o excesso de chuvas, enchentes e enxurradas que “lavam” a sua expectativa de obter uma boa rentabilidade com a safra. Claro, há quem tenha tido um ano
muito bom, de boa colheita e ótima rentabilidade. Não são exceções, existe uma fatia importante da cadeia produtiva que vem investindo, ganhando em escala, na diversificação e em um portfólio variado de produtos que lhe permitem uma melhor gestão agronômica, comercial e econômica. E renda.

Mas há um grupo significativo de produtores que ainda planta mais tarde, com baixo ou nenhum acesso ao crédito oficial, colhe menos, vende na safra e apenas vai girando o pedal da bicicleta para não cair. Estes preocupam. No contexto de cadeia, a indústria tem assumido o papel de para-raios. De um lado, pressionada pela disparada dos preços da matéria-prima e a competição com os exportadores, de outro, pelo varejo, que quer vender arroz barato. Claro que 5% de margem sobre R$ 150,00 é melhor do que sobre R$ 100,00, mas quem garante que é essa a margem média quando se vê arroz vendido abaixo do custo de compra em grandes redes varejistas?

Com isso tudo, quem não está no mau tempo é o consumidor. Ainda come um dos mais nobres arrozes do mundo, de elevada qualidade, e que é um dos produtos mais baratos e com ótima relação nutricional/alimentar no Brasil. A colheita chegará, e o país será o foco das atenções do mundo ocidental, que precisa de arroz longo fino de qualidade. E, em grandes volumes, é só aqui que se encontra. A esperança é que o câmbio e os bons ventos ajudem.

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