Abertura da Colheita do Arroz termina em clima de emoção e superação
Presidente da Federarroz destacou que a iniciativa em realizar o evento neste momento de pandemia representa a importância da lavoura orizícola para a economia gaúcha e brasileira.
Desafios e superação marcaram a 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz realizada de 9 a 11 de fevereiro na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS). Apesar do forte temporal ocorrido na tarde da quarta-feira, segundo dia do evento e que prejudicou algumas programações, a cerimônia da colheita da lavoura foi viabilizada nesta quinta-feira com o auxílio das comunidades de Capão do Leão e de Pelotas, assim como de todos os envolvidos na organização no evento, que contou ainda com rígidos protocolos sanitários.
O desempenho das colheitadeiras John Deere e New Holland na lavoura preparada para o evento foi prestigiado pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, pelo vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, além de outras autoridades, parlamentares, produtores rurais e representantes de entidades do setor agropecuário. A cerimônia se encerrou com a tradicional “chuva de arroz”.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, destacou a dificuldade para realizar o evento em um momento de pandemia, mas que a iniciativa representa uma lavoura importante para os mais de 200 municípios gaúchos que dependem da cultura orizícola para o desempenho da sua economia e o país. “Somos protagonistas com mais de 70% da produção nacional”, afirmou, alertando para a responsabilidade com a produção de arroz. Também enfatizou o empenho da instituição em trazer soluções em tecnologia, manejo e as ferramentas necessárias para a sustentabilidade dos negócios no setor.
“Sempre acreditamos que o agro não para e temos orgulho de ter garantido, no ano passado, a segurança alimentar brasileira. Esse orgulho nos faz lembrar uma frase de um historiador romano: os deuses protegem os homens de coragem e nós somos homens de coragem”, declarou, com entusiasmo. Em sua manifestação, o presidente da Federarroz agradeceu o auxílio de 50 homens do Exército no apoio da limpeza da área do evento após os estragos causados pela chuva de 85 milímetros na tarde de quarta-feira e os ventos superiores a 100 quilômetros por hora.
Em seu discurso, o vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, disse que o setor orizícola emprega diretamente cerca de 30 mil pessoas. “Temos aproximadamente 950 mil hectares que são destinados ao plantio do arroz. Então a importância do arroz está posta”, concluiu.
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, destacou o dinamismo, resiliência e força de vontade do produtor de arroz ao superar inúmeros obstáculos e, com isso, contribuir decisivamente para a segurança alimentar do povo brasileiro. “São gigantes que merecem o nosso apreço e respeito”, afirmou. Também falou sobre a necessidade de melhorar a infraestrutura de estradas e portos para o escoamento da produção, assim como seguro agrícola, incentivo à irrigação, liberdade para a aquisição de insumos e apoio à pesquisa da Embrapa.
Mourão ressaltou que o Brasil é uma “agropotência ambiental”, sendo possível ver a preservação do território nacional e, ao mesmo tempo, a forma como os produtores rurais evoluíram tecnologicamente e, hoje, são responsáveis pela segurança alimentar no país e no mundo. Salientou, ainda, o enfrentamento desde o início do ano passado da pandemia de Covid-19 que gerou crise da saúde com mais de 230 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida, e crise econômica que resultou em uma queda no Produto Interno Bruto (PIB). “O agronegócio não deixou de trabalhar em nenhum momento e foi devido a este setor que mantivemos a nossa população em paz e a dos outros países que recebem o nosso alimento", observou.
O vice-presidente também citou a crise social com a perda de empregos observando que ela foi enfrentada pelo governo federal com a garantia de recursos para a sobrevivência dos atingidos. Mourão também falou sobre a vacina contra o coronavírus. "O governo federal vem assegurando que este processo seja contínuo e pouco a pouco a população brasileira será vacinada e com isso voltaremos ao nosso modo de vida", ressaltou.
A 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz foi uma realização da Federarroz, correalização da Embrapa e patrocínio premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
4 Comentários
Temos muita coragem sim, onde vivemos num tempo adverso com mudanças climáticas, onde a tecnologia biológica está ultrapassada. Sim porque os agroquímicos deixam muito a desejar. Mas isso é apenas um detalhe, a questão q não temos segurança de preço na colheita e somente qdo o produto não está com a maioria dos produtores é q reage ou qdo somente se torna escasso. Mas seguimos com fé em Deus q dias melhores venham, onde não haja embaraços políticos q possam prejudicar o setor. Mas sim soluções e planejamento por parte das autoridades. SDS.
Blá… blá… blá… e a velha politicagem de novo!!! O produtor cansou de papo fiado! Só chororô! Me desculpem ser sincero naquilo que eu falo, mas o produtor segue a deriva na imensidão de um oceano. Arroz vai despencar ainda mais nos proximos dias! É uma caminho sem volta! E só vai valer quando 90% estiver nos silos das industrias ou nos porões dos navios rumo ao Mexico e EUA! Se esse ano o pessoal não reduzir área no minimo 30% é pq não querem ganhar dinheiro! A industria tem q estar na mão do produtor e não vice-versa.
Gostaria de saber pôr que a diferença entre preço do arroz no RS de 100 reais a 82 reais no caso aqui em São sepe está 82
Muito peculiar esta abertura da colheita em Capão do Leão este ano, com o temporal varrendo com ventos e chuvas fortíssimos os estandes e demais obras erguidas para a cerimônia de abertura.
Parece um sinal dos céus, demonstrados as autoridades, entidades representativas e demais presentes as agruras que passa o produtor de arroz para produzir o arroz nosso de cada dia. Felizmente sem vítimas.
Porém cabe salientar que muitos produtores tombaram em dívidas, arrestos, falta de crédito para produzir, bem como falta de suporte e de boa vontade de bancos em renegociar dívidas exigindo sempre mais garantias longe do alcance do produtor. Dívidas, falta de crédito, descaso do governo e uma indústria exploradora são os verdadeiros ”temporais” do arrozeiro pé no chão!!!