Abertura da Colheita do Arroz vai valorizar trabalho do Irga
Na avaliação dos organizadores, órgão é essencial para a garantia da segurança alimentar no país.
A realização da vigésima-sétima edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (RS), celebra a relevância do trabalho de pesquisa que o órgão vem desenvolvendo para o setor orizícola nacional. Esta foi a mensagem passada pelos dirigentes presentes na coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 16 de janeiro, no local onde se realizará o evento, de 16 a 18 de fevereiro de 2017.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, o Irga tem uma base essencial e indispensável para a manutenção da produção de arroz. Em um cenário onde outros Estados vêm diminuindo produção e produtividade, o trabalho da entidade governamental vai ser fundamental para uma projeção que, segundo o dirigente, vai chegar a 9 milhões de toneladas, o que representaria 75% da produção brasileira do grão."A manutenção do Irga e o bom desenvolvimento do instituto é uma questão de manutenção da segurança alimentar brasileira", salientou.
Dornelles lembrou também da contribuição da pesquisa para um modelo sustentável de produção. O presidente da Federarroz reforçou o que foi anunciado por levantamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, nos quais mostram que o arroz produzido no Rio Grande do Sul é livre de resíduos de agrotóxicos. "Não se detecta qualquer resíduo de produto químico no arroz gaúcho. Isso se deve a um trabalho de difusão e tecnologia", ressaltou, acrescentando que os problemas vistos no produto são de grãos importados e que não são fiscalizados com o rigor da lei.
O presidente da Federarroz afirmou também que o setor arrozeiro contribui com o Irga com a colaboração direta de R$ 0,52 a cada saca vendida e que este é um instituto público com recursos privados. "Trouxemos a Abertura Oficial da Colheita do Arroz para cá porque é aqui onde nasce tudo em tecnologia para a lavoura e queremos valorizar este órgão também compartilhando esta visão que temos com a sociedade gaúcha e brasileira", observou.
O dirigente reforçou que durante o evento o produtor vai conferir o que está sendo feito nas lavouras na apresentação das vitrines tecnológicas e, com isso, poderá fazer uma análise crítica da forma de gestão e quais as técnicas implementadas em sua propriedade. O mercado também será tema de discussão ao longo da abertura. "Traremos contextos com análises críticas do mercado, tanto no setor produtivo quanto nas indústrias e varejo. Vamos abordar as mudanças econômicas que estamos vivenciando e como passar por este um momento conturbado", explicou.
A Abertura Oficial da Colheita do Arroz também terá espaço para a produção de soja, que vem sendo uma das grandes vedetes do momento, inclusive nas regiões produtoras de arroz. O Irga vai apresentar projetos e tecnologias desenvolvidas para a oleaginosa em áreas comumente ocupadas por lavouras do cereal. "A soja é uma ferramenta que não estará desconectada da lavoura de arroz", analisou Dornelles.
O presidente do Irga, Guinter Frantz, pontuou durante a entrevista coletiva que é com grande satisfação que o órgão vai receber o principal evento do setor arrozeiro no país em sua sede. Lembrou dos projetos de produção e incentivo ao consumo do arroz que estão sendo desenvolvidos pelo instituto, como a formulação de materiais resistentes à doenças e que use menos defensivos agrícolas. O dirigente complementou afirmando que todo o trabalho tem como principal preocupação gerar renda ao orizicultores. "Nosso produtor precisa ter mais renda. Além da pesquisa, nos preocupamos que o produtor tenha rentabilidade e consiga enfrentar problemas como o clima e os custos de produção", definiu.